Os empregadores devem atualizar seus sistemas para um novo padrão a partir de 2026. A utilização dos ambientes web do eSocial, inclusive os módulos simplificados, não será impactada
Notícia
Reforma Fiscal é essencial para evitar crise
Mais do que mexer em impostos, a reforma busca autonomia, eficiência e resultados na administração dos recursos públicos
01/01/1970 00:00:00
Há uma reforma menos debatida que a Tributária, mas igualmente essencial: a Fiscal. O seu objetivo não é alterar impostos, mas repensar a forma como o Estado administra os recursos, organiza o orçamento, define prioridades e executa políticas públicas. Em um país onde o impulso por expandir gastos parece incontrolável, reavaliar essa estrutura é mais que urgente.
O orçamento público brasileiro é fortemente engessado. Aproximadamente 90% das despesas são obrigatórias, determinadas por regras constitucionais que especificam a destinação das receitas. Mesmo diante de crises econômicas, emergências sanitárias ou transformações sociais profundas, o Estado dispõe de pouca flexibilidade para ajustar as ações.
Uma reforma fiscal deve começar pela revisão dessas vinculações. Não se trata de abandonar compromissos nas áreas essenciais, mas de permitir que gestores públicos tenham mais autonomia para alocar o dinheiro conforme as necessidades reais. Vincular receitas sem considerar desempenho ou impacto é o primeiro passo para o desperdício. O ideal seria substituir parte dessas amarras por metas de qualidade, indicadores de resultado e mecanismos de avaliação periódica. Em vez de garantir um valor fixo, é preciso garantir que o serviço funcione.
No campo previdenciário, o problema é ainda mais complexo. Os regimes próprios de servidores públicos, sobretudo nos Estados e municípios, acumulam déficits que comprimem fortemente os orçamentos locais. O modelo atual é insustentável no longo prazo. A criação de regras de transição mais equilibradas — que respeitem direitos adquiridos, mas corrijam distorções —, somada ao estímulo à previdência complementar, representa um caminho viável para aliviar essa pressão sem romper compromissos sociais.
Outro tópico importante é o arcabouço fiscal. A atual regra de controle de gastos, embora tenha cumprido papel relevante em determinados períodos, mostra sinais de esgotamento. É necessário desenhar um novo modelo que seja crível, transparente e capaz de se adaptar aos ciclos econômicos. Isso implica combinar metas de resultado primário com limites para o crescimento real das despesas, preservando investimentos públicos estratégicos e permitindo que o Estado atue de forma contracíclica quando necessário.
A Reforma Fiscal ainda precisa lidar com uma fragilidade recorrente — o processo de planejamento e execução dos investimentos públicos. É comum ver obras iniciadas sem estudos de viabilidade, sem planejamento adequado ou sem garantia de verba para a sua conclusão. O resultado são milhares de projetos paralisados, inacabados ou subutilizados, que consomem recursos sem gerar retorno. É fundamental criar mecanismos que priorizem projetos com maiores impactos social e econômico e que punam a ineficiência, não apenas com cortes, mas com responsabilização.
A relação entre os entes federativos também demanda revisão. Estados e municípios frequentemente assumem responsabilidades sem receber o capital correspondente. A descentralização de atribuições deve vir acompanhada de uma efetiva descentralização de receitas, com regras claras sobre competências e obrigações. Essa reforma, portanto, também precisa incluir uma reavaliação do pacto federativo.
Precisamos reconhecer que uma Reforma Fiscal não é um fim em si mesma, mas um meio para construir um Estado mais eficiente, justo e capaz de promover o desenvolvimento. Trata-se de uma agenda que exige diálogo, negociação e, sobretudo, visão de longo prazo. E mudar a lógica de funcionamento do Estado, romper com práticas arraigadas e construir uma nova cultura de gestão pública talvez seja a parte mais desafiadora dessa equação — mas também a mais necessária, porque, sem isso, qualquer esforço de ajuste será somente mais do mesmo.
Notícias Técnicas
Rendimentos tributáveis até R$ 7.350,00 (sete mil, trezentos e cinquenta reais) terão redução do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física IRPF
É importante lembrar que não haverá DIRF em 2026. E o fim desta obrigação acessória trouxe pontos que já mereciam atenção desde o começo de 2025, com entregas mensais via eSocial e EFD-Reinf
STJ valida arbitramento da base do ITCMD quando o critério legal inicial não refletir o valor de mercado
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil aponta que Reforma vai onerar a grande maioria dos produtores
Empresas precisam revisar integrações e infraestrutura de TI para o novo modelo tributário
Retenção semestral do imposto de renda em fundos de investimento pode ser compensada por empresas do Lucro Presumido e Lucro Real, conforme as regras vigentes
Empresas devem revisar códigos e regimes tributários antes de janeiro de 2026; classificação incorreta do cClassTrib pode gerar desconformidade fiscal
A manutenção prolongada dos juros em patamar elevado não afeta apenas gráficos, projeções e relatórios de mercado. Ela mexe diretamente com o caixa das empresas
No último dia 4 de dezembro, a Receita Federal publicou a Instrução Normativa nº 2.296, promovendo alterações na Instrução Normativa nº 1.700/2017
Notícias Empresariais
Em um mundo cheio de ruído, a empresa que decide o que merece atenção ganha vantagem
Permitir que alguém trabalhe no que faz de melhor não é gentileza. É estratégia
Relatório Tendências 2026, da Newnew, aponta que a aprendizagem corporativa entra em uma fase estratégica marcada por IA
Psicólogos organizacionais dizem que isso não é uma anomalia, é uma característica de como muitas empresas avaliam liderança
Os dados abrem espaço para vantagens competitivas, novos mercados, decisões mais precisas e experiências realmente transformadoras
Novas regras para o IRPF estabelecem tributação para negócios com faturamento anual de mais de R$ 600 mil. Aproximadamente 80% dos empreendedores brasileiros serão beneficiados com isenção
Pesquisa da CNDL indica que brasileiros adquirirão ao menos um presente pela internet e metade pretende retirar o item na loja física
Marco legal cria prazos, padroniza contratos e amplia obrigações de transparência no setor de seguros; legislação também redefine regras de contratação, sinistros e direitos do consumidor
David Beker, chefe de economia para Brasil e estratégia para América Latina do BofA, diz que o Copom poderá reduzir Selic desde que os dados econômicos indiquem este cenário
Para quem empreende, talvez o verdadeiro avanço não seja criar algo novo, mas tornar digno o que já existe
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade
