A Portaria nº 579/2025, publicada pela Receita Federal no Diário Oficial da União de 17 de setembro de 2025, traz alterações importantes à Portaria RFB nº 568/2025
Notícia
Contador, você está familiarizado com as Sociedades em Conta de Participação (SCPs)?
Captação irregular no mercado fitness: caso LiveFit e o calote em investidores de franquias
01/01/1970 00:00:00
Nos últimos meses, têm surgido denúncias envolvendo Sociedades por Conta de Participação (SCPs), que se figuram como uma estrutura empresarial pronta para atrair investidores, mas que, em muitos casos, o que geram são prejuízos financeiros significativos. Um que chama atenção é o da rede de academias LiveFit, que captou recursos para suas franquias por meio desse modelo de sociedade, mas que agora enfrenta acusações de inadimplência junto aos seus investidores.
A SCP é um tipo de sociedade em que um sócio ostensivo (geralmente uma empresa) realiza operações em seu nome, enquanto os sócios participantes (investidores) entram apenas com o aporte financeiro, sem envolvimento direto na gestão do negócio. Esse modelo, apesar de ser legal, levanta questionamentos quando usado para captar recursos de forma irregular, especialmente quando há promessa de retorno financeiro baseada no sucesso da operação sem o envolvimento ativo do investidor.
No caso da LiveFit, a academia usou essa estrutura para atrair investidores interessados em suas franquias. A promessa era de retorno sobre os valores investidos, baseado no desempenho das unidades da rede. Contudo, a empresa vem falhando em cumprir os compromissos assumidos, deixando investidores preocupados com a perda de seus aportes.
Essa prática levanta um alerta sobre a possível irregularidade na captação de recursos por parte da LiveFit, que pode estar caracterizada como uma oferta pública de contratos de investimento coletivo (CIC). Segundo a Lei 6.385/76, contratos de investimento coletivo são considerados valores mobiliários e, portanto, devem seguir as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), incluindo o registro e a divulgação transparente de riscos.
A CVM é a entidade responsável por regular o mercado de valores mobiliários no Brasil e garantir que os investidores recebam as devidas proteções. Quando uma empresa capta recursos de um grupo de investidores com a promessa de retornos financeiros que dependem do sucesso de uma operação gerida por terceiros, como é o caso das franquias da LiveFit, ela pode ser enquadrada como uma oferta pública de contrato de investimento coletivo.
A Resolução CVM 160, de 2023, traz regras importantes para as ofertas públicas de valores mobiliários, estabelecendo, entre outros pontos, a necessidade de registro da oferta pública na CVM, para que a captação de recursos seja feita de forma regulamentada; divulgação de um prospecto, contendo todas as informações relevantes sobre os riscos do investimento, inclusive os fatores de risco relacionados ao setor de academias e à operação das franquias; e transparência na comunicação com os investidores, evitando propaganda enganosa e manipulação de informações.
Caso a LiveFit tenha captado recursos sem cumprir essas exigências, ela pode ser acusada de captação irregular, sujeitando-se às sanções da CVM, incluindo multas e a suspensão das atividades de captação.
A inadimplência da LiveFit com seus investidores levanta outra questão importante: a responsabilidade civil dos administradores da empresa. De acordo com a Lei nº 11.638/07, que atualizou a Lei do Mercado de Capitais, os administradores podem ser responsabilizados por falhas na gestão e pela falta de transparência na captação de recursos.
Se for comprovado que os gestores da LiveFit foram negligentes ou ocultaram informações sobre os riscos do negócio, eles podem ser obrigados a reparar os danos causados aos investidores, respondendo pessoalmente pelos prejuízos.
Com o aumento das reclamações por parte dos investidores, o caso da LiveFit pode se tornar emblemático sobre o uso indevido de SCPs para captar recursos sem as devidas proteções legais. Os investidores lesados têm o direito de buscar reparação através de ações judiciais, solicitando a devolução dos valores investidos e a responsabilização dos administradores.
Além disso, é possível que a CVM intervenha no caso, investigando a empresa por captação irregular e impondo sanções administrativas. Para os investidores, a recomendação é que busquem orientação jurídica para entender seus direitos e as possibilidades de recuperar o dinheiro investido.
O caso da LiveFit destaca a importância de regulamentar adequadamente a captação de recursos por meio de Sociedades por Conta de Participação. Embora a SCP seja uma estrutura legal, seu uso para atrair investidores sem as devidas proteções pode resultar em prejuízos graves, como no caso da inadimplência enfrentada pelos investidores da rede de academias.
A CVM tem um papel fundamental em fiscalizar essas operações, garantindo que as empresas cumpram as normas de transparência e registro, protegendo os direitos dos investidores. Para evitar novos casos como o da LiveFit, é essencial que as empresas sigam à risca as regulamentações do mercado de capitais e que os investidores estejam sempre atentos às informações fornecidas antes de realizar qualquer investimento. Há que se ficar alerta acerca de irregularidades na captação de investimentos por SCPs, de modo a não se repetir este caso, em que se traz à tona os desafios enfrentados por seus investidores, que confiaram na promessa de retornos financeiros e agora lutam para recuperar seus recursos.
Notícias Técnicas
Municípios que concentram mais de 70% da população já caminham para o padrão nacional
Nova versão do MDF terá vigência a partir de 2026 e reúne relatórios exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal
A Declaração de Conteúdo Eletrônica (DC-e) substituirá a antiga declaração em papel. Entenda os detalhes
Os contribuintes do Imposto sobre Serviços estabelecidos em Curitiba passarão a emitir a Nota Fiscal de Serviços eletrônica exclusivamente por meio do Emissor Nacional, sistema da Receita Federal.
NF3e deve incorporar informações de IBS, CBS e IS a partir de janeiro de 2026, conforme padrão nacional unificado
A nova Declaração de Receitas (DERE) exige maior detalhamento e frequência na informação de receitas, impactando a gestão de risco fiscal
Novo serviço de preenchimento online da DITR foi a grande aposta para facilitação do envio da declaração em 2025, mas contribuintes não aderiram à nova modalidade
Substituir arena de debates e garantias por lógica binária é negar que tributação deve estar a serviço da justiça e não só da eficiência
O Conselho Nacional de Justiça , a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral Federal assinaram novo acordo de cooperação técnica para o enfrentamento do grande volume de execuções fiscais pendentes de julgamento.
Notícias Empresariais
No mundo do trabalho, a forma de se vestir vai além de estilo pessoal
A ansiedade cresce porque tudo parece acontecer ao mesmo tempo. E nada parece suficiente. É fácil confundir pressa com progresso
A norma ISO/IEC 27001:2022 já exige a consideração das mudanças climáticas na gestão de riscos. Saiba como se preparar
Tensões geopolíticas e previsão de corte de juros do Fed impulsionam cotação
Informalidade recua, mas número de trabalhadores nessa situação ainda cresce
Chile toma lugar do Brasil na liderança do ranking de inovação 2025 na América Latina; Suíça segue na liderança e China sobe 1 posição
O acesso será dado com prioridade a empresas que registraram, entre julho de 2024 e junho de 2025, no mínimo 5% do faturamento total proveniente de exportações de produtos impactados pelas tarifas adicionais dos EUA
Juro americano guia aplicações em todo o mundo, podendo afetar indicadores no Brasil. Movimento acontece diante de fogo aberto por Trump contra instituição
Saiba sobre as vantagens, como redução de juros e multas
IBS e CBS consideram renda qualquer benefício da empresa a seus sócios
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade