O parecer do senador Eduardo Braga para o 2º projeto de lei complementar de regulamentação da reforma tributária (PLP 108 de 2024) trouxe algumas mudanças sobre a aplicação de multas e penalidades
Notícia
46% dos donos de bares e restaurantes tem dívidas e teme sair do Simples
Se saírem do Simples, muitos negócios ficam inviabilizados pela carga tributária; setor busca aprovação do Refis da Covid na Câmara
01/01/1970 00:00:00
Em um setor em que quase todos os empresários estão enquadrados no Simples Nacional, 46% dos bares e restaurantes estão em atraso com os pagamentos e 84% desses temem ser desenquadrados do regime por conta disso. O pedido mais urgente é pelo Refis da Covid, que espera apreciação da Câmara dos Deputados desde agosto.
A pesquisa foi feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) entre os dias 17 e 26 de novembro com 1.315 empresários e publicada pelo GLOBO.
Matheus Daniel é um dos empresários que está em débito com o Simples. Ele mantém há 12 anos, junto com a sua mãe, a marmitaria BH, um restaurante que trabalha com delivery na capital de Minas Gerais.
A história dele nesses últimos dois anos é de frustração. Logo no início de 2020, eles haviam feito um investimento grande para expandir a cozinha e melhorar o atendimento, mas não contavam com a chegada da pandemia. Em março de 2020, a primeira parcela do Simples ficou para trás.
“A gente descapitalizou totalmente, passamos de seis para dez funcionários na época que a gente inaugurou e logo depois veio a pandemia. Por estar descapitalizado, a gente já não conseguiu pagar o Simples do mês de fevereiro” conta o empresário, que até hoje tem faturamento 40% inferior ao da pré-pandemia.
Ele conta que sem o Refis, o negócio que sustenta a família fica inviabilizado para 2022.
“A gente não conseguiu mais ter o faturamento que a gente tinha, caiu em torno de 40% e isso inviabiliza. Se a gente for desenquadrado, sinceramente não sei, é quase melhor a gente fechar e procurar emprego”, disse.
O projeto, que foi aprovado pelo Senado em agosto, prevê a possibilidade de parcelamento de débitos tributários em até 144 vezes (12 anos), além de desconto de até 90% nos juros e multas.
O texto ainda estabelece que empresas que tiveram mais perdas no faturamento tenham descontos maiores.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, defendeu a aprovação rápida do Refis porque caso as empresas saiam do Simples, elas terão uma carga muito maior de impostos a pagar, além do que já está atrasado.
Segundo Solmucci, a não aprovação do Refis causaria uma grande insolvência no setor porque 35% das empresas já estão operando no prejuízo e outras 35% no equilíbrio.
“Essas que estão no equilíbrio vão todas cair no prejuízo, dois terços das empresas em situação de prejuízo é obviamente uma coisa que não se sustenta”, pontuou.
A pesquisa da Abrasel mostra que a situação melhorou em relação ao resto do ano, mas o setor ainda vê dificuldades. Dos empresários ouvidos, 39% terão dificuldade de pagar o 13º e 22% das que pegaram empréstimos, estão com o pagamento atrasado.
Notificações
Segundo a Receita Federal, 440,5 mil empresas foram notificadas em setembro de que poderiam ser desenquadradas do Simples por conta da inadimplência. Elas teriam até a primeira quinzena de dezembro para se regularizar com pagamento à vista ou parcelamento ordinário em até 60 meses.
Caso o débito for com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), há mais opções para quitar a dívida, com desconto de até 100% nos acréscimos legais e prazo ampliado de até 133 meses, entrada facilitada ou, se for um pequeno valor, desconto de até 50% sobre o total.
Ana Cláudia Utumi, especialista em direito tributário da Utumi Advogados, explica que caso o negócio seja desenquadrado do Simples, ele poderia voltar só no outro ano. Ou seja, seria um ano inteiro de pagamento de impostos com alíquota mais alta por empresas que já estavam com dificuldades.
“A Câmara dos Deputados deveria levar adiante, seria uma ajuda importante para retomada dos negócios, porque as dívidas tributárias podem causar uma série de inconvenientes que no limite podem acabar travando os negócios”, disse.
Outra empresária que está vivendo a incerteza para o próximo ano é Lorenna Bezerra. Dona da Galeto Cuiabano, na capital do Mato Grosso, ela sofreu perdas de faturamento durante a pandemia, precisou demitir, e só está conseguindo retomar neste final de ano.
Nesse período, ela conta que precisou priorizar algumas contas em detrimento de outras e preferiu deixar os pagamentos de funcionários em dia a pagar os impostos. Agora, ela está analisando se precisará dar um jeito de quitar todas as obrigações neste ano ou se espera para ver a ação do Congresso. Sem o Simples, ela conta que terá de fechar a empresa.
“A gente tem que ver se vai pro lucro real, presumido, se faz o Simples, se pega mais dinheiro emprestado para pagar imposto. A grande dificuldade disso é que vai virando uma bola de neve”, disse.
Notícias Técnicas
A medida entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, observando-se integralmente o princípio constitucional de anterioridade, seguindo as regras estabelecidas pelo artigo 150, inciso III.
Entenda os impactos e como se preparar para o novo cenário até 2032
Por lei, quem não se adaptar deve pagar tributos mesmo no período de teste, mas o maior risco é operacional
Implicações do novo sistema de recolhimento para o fluxo de caixa e a infraestrutura tecnológica
Na CLT consta que o empregado deve cumprir integralmente a jornada de trabalho mensal que foi acordada com o empregador, sem faltas, atrasos ou saídas injustificadas durante o expediente
Projeto amplia imunidades e define alíquotas para o imposto sobre heranças e doações
Reunião debateu desafios tributários, regulamentação e projetos de integração esportiva da categoria
Ministério da Economia esclarece incidência de encargos sobre remuneração paga pelo empregador antes do auxílio-doença
Lei 14.905/2024 altera forma de corrigir débitos trabalhistas, exigindo atenção das empresas para evitar impactos financeiros
Notícias Empresariais
Levantamento do Sebrae mostra que o país criou 412 mil novos empreendimentos no mês; setor de Serviços lidera
Ao lidar com falhas de forma madura, profissionais mostram resiliência, inteligência emocional e disposição para evoluir
Uma das Comissões da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que eleva o limite de faturamento do MEI para R$ 150 mil ao ano
Houve salto de mais de 1.000% nas contratações em julho, com 6.099 novos contratos firmados
Estimativa aponta que impacto seria de 138 mil empregos perdidos, mas será mitigado pelo pacote de socorro do governo
Projeção atingiu menor patamar desde janeiro de 2024
O real, que tem o melhor desempenho entre divisas latino-americanas no ano, hoje se apreciou bem menos que pares como o pesos mexicano, chileno e colombiano
Acordo envolve testes de dados na Infraestrutura Pública Digital de Identificação Civil
Medida foi criada como alternativa ao reconhecimento facial
Banco central manteve a taxa que paga sobre os depósitos bancários em 2% pela segunda reunião consecutiva, após reduzi-la pela metade no período de um ano
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade