O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, conhecido como Simples Nacional, abrange atualmente 23,8 milhões de contribuintes no Brasil
Notícia
Cada vez mais simples
“O sucesso do Simples Nacional é medido pelo número de empresas que optaram por entrar no regime. Todo mundo que pode entra”, afirma Marcelo Varella
01/01/1970 00:00:00
Burocracia, impostos altos e lentidão sempre foram marcas registradas nas relações entre o governo e o empresariado brasileiro. É difícil acreditar, mas esta ainda é uma das heranças dos colonizadores portugueses, após a chegada de D. João 6º ao Brasil, há pouco mais de 200 anos.
Por ser tão antigo – e tão invasivo –, o episódio histórico obviamente deixou sequelas. Para Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a principal vítima da herança burocrática é o empresariado. “Essa complexidade toda que a gente vê agora é resultado de uma epopeia”, diz ele. “Os governos foram criando tantos puxadinhos, emendas e anexos que acabaram formando um ambiente desfavorável que facilita a corrupção.”
No entanto, esses vestígios culturais têm se afastado do dia a dia dos empreendedores. Desde 2006, o Brasil vive nessa área uma grande revolução, com simplificação dos quesitos administrativos, redução de carga tributária e aceleração dos processos burocráticos. Estes são alguns dos resultados do programa Simplificando o Simples, que virou o Simples Nacional e agora é chamado apenas de Mais Simples.
O resultado positivo do que foi feito até agora é claro. “O sucesso do Simples Nacional é medido pelo número de empresas que optaram por entrar no regime. Todo mundo que pode entra”, afirma Marcelo Varella, diretor da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), órgão com poder de ministério. Com o avanço da tecnologia disponível e o amadurecimento das demandas, a SMPE espera alçar voos mais altos e ousados.
Daqui para frente, a busca é maior. “A grande causa nacional é a causa da indústria, do comércio, do desenvolvimento e do progresso, que se perdeu no meio de tanta burocratização”, sustenta Rogério Amato, o presidente da ACSP, instituição que levanta o estandarte do empreendedorismo desde sua fundação, mais de 120 anos atrás.
Entre as novidades implantadas desde 2006, há em primeiro lugar a unificação dos tributos em uma única guia de arrecadação, o DAS, em 2007. No ano seguinte, foi criada a categoria de Microempreendedor individual, que trouxe à formalidade mais de 3 milhões de empresários e profissionais autônomos. Em 2009, foi a vez de o setor cultural adotar o Simples.
Em 2011, veio outro grande reposicionamento. Alguns itens da Lei Geral foram alterados, como os procedimentos de abertura, registro, funcionamento, recuperação judicial, entre outros. No sentido da desburocratização, este já foi um grande passo na luta do micro e pequeno empreendedor. Para completar, a ampliação do teto de faturamento para enquadramento no regime simplificado também trouxe alívio a quem já estava grande demais para a fórmula básica do Simples, mas pequeno demais para pagar o imposto por lucro presumido ou lucro real. Também em 2011 vem o incentivo às exportações, abrindo outro horizonte para essas empresas que ficavam à margem do mercado externo.
No saldo da operação, além da mudança cultural, a simplificação tem efeito nas finanças das empresas, uma vez que a redução de carga tributária pode chegar a 40%. Mais que isso, a iniciativa tem coibido as chamadas guerras fiscais, em que estados entram em queda de braço para atrair empresas e investimentos, por meio da arma das desonerações.
O avanço já foi grande, e o caminho vem sendo percorrido a passos largos, mas ainda há uma “situação neurastênica no Brasil”, nas palavras de Amato.
“O Brasil é sempre visto sob o prisma da grande empresa”, diz o presidente da ACSP. As grandes têm trânsito direto em Brasília. Tanta burocracia e tantos impostos só poderiam fazer sentido em um país de gigantes – bem longe da fotografia nacional onde as micro e pequenas empresas geram 27% do Produto Interno Bruto (PIB). “O mundo legal está distanciado do mundo real, e o Brasil cresce de noite, quando ninguém atrapalha.”
Quem vem atrapalhando, no caso, são os excessos de burocracia e de tributação, como resultado da pouca maturidade da estrutura legal brasileira. Com isso, a bagunça fiscal, as propinas e os jeitinhos conseguiram o ambiente perfeito para a proliferação.
“Essa simplificação é um processo muito interessante, traz melhoras importantes ao dia a dia, além dos ganhos tributários”, afirma o advogado João Henrique Nóbrega, associado da área tributária do escritório Stocche Forbes. Contudo, para ele, o sistema ainda está longe do ideal. “Especialmente no caso dos microempreendedores individuais, é preciso fazer muita conta para saber se vale e até onde vale a pena. O fato é que o Simples ainda não é tão simples assim.”
Por isso mesmo, Amato, da ACSP, não vê horizonte para o fim desse processo de remodelação: “Isso não é um passo, é um processo contínuo”, diz. “Nosso prazo para conclusão é o juízo final.”
Notícias Técnicas
Empresas que não se adequarem aos novos layouts de notas fiscais enfrentarão risco de recolher tributos no ano de teste da reforma tributária e até de paralisação das operações
MP introduz uma nova estrutura de alíquotas, que impactará diretamente o planejamento tributário e os cálculos de IRPJ/CSLL
Novas regras trazem complexidade para micro e pequenas empresas, mas também permitem que especialistas ofereçam soluções e ganhos de mercado
Em momentos de crise financeira, muitas empresas se perguntam: como recuperar um negócio que aparenta estar à beira da falência?
Mais de 80 mil empregadores receberão avisos pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista a partir de 17 de setembro; prazo para regularização voluntária vai até 31 de outubro
Projeto redefine regras do ITCMD, heranças e sucessões, mas ainda carece de ajustes para evitar insegurança jurídica
Advogada explica os riscos da licença compulsória e a falta de cultura de propriedade intelectual no Brasil
A Coordenação-Geral de Tributação da Receita Federal alterou o entendimento sobre o tratamento de gastos com limpeza e manutenção periódica de caixa separadora de água e óleo em instalações portuárias
Os proprietários rurais vão ter mais cinco anos para pedir a ratificação dos registros de imóveis em faixas de fronteira.
Notícias Empresariais
Saiba sobre as vantagens, como redução de juros e multas
IBS e CBS consideram renda qualquer benefício da empresa a seus sócios
Na visão do Especialista em Mercado Financeiro e professor na FIPECAFI, Rogério Mauad
Impactos da Reforma Tributária e a necessidade de atualização tecnológica
Especialista aponta que o RH precisa equilibrar cuidado humano e visão de negócio para fugir do perfil pouco atrativo e gerar resultados reais
Analista de Economia Victor Irajá afirmou, no CNN 360°, que a moeda norte-americana recua devido à perspectiva de redução das taxas de juros do Federal Reserve, atraindo capital estrangeiro para o Brasil
A promessa da transformação digital ainda não se concretizou para a maioria das empresas brasileiras
Pesquisa da FGV mede percepção de trabalhadores
Estudo divulgado pela CNI ouviu 1.002 empresários sobre o chamado Custo Brasil, conjunto de barreiras estruturais que dificulta produção, inibe investimentos e reduz competitividade
Entenda o papel crucial da Alta Direção na sua eficácia
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade