Com essa funcionalidade, o MEI passa a contar com mais alternativas para quitar seus tributos e garantir os benefícios previdenciários e a regularidade do seu negócio
Notícia
À beira de uma crise fiscal
Estudo feito pelo economista mostrou que, para atingir em 2014 a mesma meta de superávit primário (receitas menos despesas do governo excluídos os juros da dívida) do ano passado as despesas do governo deveriam aumentar no máximo 4% – e elas já av
01/01/1970 00:00:00
A combinação de um modelo econômico pró-consumo, pró-indústria e de populismo tarifário com a manutenção do atual sistema de pagamentos de benefícios sociais e previdenciários cria uma armadilha perigosa para o Brasil: graves crises fiscais – de curto e também de longo prazo, que deixariam o governo sem condições de dar conta de seus compromissos. A avaliação foi feita ontem pelo economista e estudioso de contas públicas Raul Velloso durante palestra em reunião do Conselho de Altos Estudos de Finanças e Tributação (Caeft) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
“Chegou a hora de o País rever esses modelos. Acredito que um ano eleitoral é um período ideal para colocar a discussão sobre os gastos públicos em pauta, mas eu ainda vejo pouca disposição dos candidatos para participar do debate”, afirmou Velloso. Participaram da reunião, aberta pelo presidente da ACSP, da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e presidente interino da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Rogério Amato, o coordenador do Caeft, Luís Eduardo Schoueri, e vice-presidentes da ACSP.
De acordo com Velloso, o “modelo pró-consumo Lula-Dilma”, baseado em fortes impulsos ao consumo, proteção a setores selecionados (especialmente da indústria) e o populismo tarifário (que o economista chama de “argentinização”) está esgotado – e ele enumera os sintomas desse esgotamento: “As consequências desse modelo são inflação acima da meta mesmo com os preços administrados contidos, indústria e taxa de investimento estagnados, PIB (Produto Interno Bruto) crescendo pouco e iminente crise fiscal. Aliás, a crise fiscal de curto prazo só não estourou até agora porque as agências de classificação de risco deram uma trégua ao Brasil e porque o País conseguiu acumular um volume expressivo de reservas cambiais”, observou o especialista.
CONTAS PÚBLICAS
Velloso disse que elementos desse modelo como a manutenção artificial de preços administrados (de energia elétrica, petróleo, tarifas de ônibus urbanos e pedágios), as constantes desonerações fiscais para alguns setores e a expansão da oferta de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tudo isso em um ambiente de baixo crescimento (leia-se arrecadação com menor ritmo de expansão), têm significativo impacto sobre as contas públicas, à medida que pressionam em uma intensidade insustentável os gastos do governo.
Estudo feito pelo economista mostrou que, para atingir em 2014 a mesma meta de superávit primário (receitas menos despesas do governo excluídos os juros da dívida) do ano passado as despesas do governo deveriam aumentar no máximo 4% – e elas já avançaram 6% até abril. Na ponta oposta, as receitas teriam que crescer 6,1%, ante aumento de apenas 3,3% até abril.
Os números sugerem, segundo Velloso, que fica muito difícil para o governo atingir a meta sem apelar para artifícios que, de tanto usados pelo governo Dilma, já ganharam a denominação de “contabilidade criativa”. “As agências de classificação de risco estão esperando para ver como o governo vai administrar essa situação e acho que existe o risco de o Brasil perder o selo de investment grade”, disse, referindo-se à classificação que o País obteve no primeiro semestre de 2008.
LONGO PRAZO
O economista também destaca a possibilidade de o Brasil enfrentar dificuldades nas próximas décadas se as reformas necessárias não forem levadas adiante. “Em relação à situação fiscal de longo prazo, o problema está no que chamo de ‘welfare state dos trópicos’ (referência ao estado de bem-estar social característico da Europa ocidental no pós-guerra). As políticas de transferência de renda, iniciadas com a Constituição de 1988 e reforçadas ao longo do tempo, podem provocar uma verdadeira explosão dos gastos públicos até 2040. Pelas minhas contas, mantido o atual modelo e considerando um crescimento anual da economia de 3%, os gastos do governo em proporção do PIB em 2040 serão o dobro do que eram em 2012”, afirmou Velloso.
Ainda mais grave, observou, é o fato de “a grande folha de pagamento do governo”, como o economista classifica as transferências de recursos a servidores públicos, aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais, hoje representar cerca de 75% do orçamento da União. “Considerando a entrada de mais pessoas na ‘folha’ e o envelhecimento da população a uma taxa superior à do crescimento esperado da economia, a produção de riquezas no País será, em 2040, insuficiente. O modelo é inviável, não cabe no PIB”, alertou, lembrando que o aumento da carga tributária como compensação poderia ser um dos efeitos perversos desse cenário.
Na visão de Velloso, para deixar esse quadro menos grave são indispensáveis reformas como a alteração da regra de reajuste do salário mínimo (que tem impacto direto nos gastos da Previdência Social), o fim do abono salarial, a revisão do sistema brasileiro de pensões e a mudança na idade de aposentadoria. De acordo com o economista, se essas reformas não forem feitas os desequilíbrios macroeconômicos vão se agravar, com a inevitável volta da inflação. “Se o governo, qualquer governo, não fizer esses ajustes, a inflação vai fazer”, concluiu Velloso.
Notícias Técnicas
Nota Orientativa nº 09/2025 traz instruções provisórias a empregadores durante o período de transição definido pelo BCB, enquanto fintechs e demais instituições financeiras concluem adequação às novas regras de segurança
Declaração de Conteúdo Eletrônica (DC-e) e Declaração Auxiliar de Conteúdo Eletrônica (DACE) passam a valer daqui duas semanas.
Especialistas explicam como cada regime contábil impacta resultados e pode gerar interpretações equivocadas para o cotista
Regra foi publicada em solução de consulta e é vista como avanço para a advocacia
Governo confirma obrigatoriedade do preenchimento dos campos da reforma tributária nos DFes; validações completas passam a valer em 2026
Projeto de Lei Complementar nº 16/2025 busca preservar a integridade da reforma
As mães de recém-nascidos que precisarem de internação hospitalar poderão ter o tempo de licença-maternidade e do salário-maternidade estendido
Seu gasto bilionário com marketing pode virar pó com a reforma tributária. Entenda a briga pelo crédito do IVA e por que seu CMO e CFO precisam estar na mesma sala de guerra para sobreviver
A Portaria nº 579/2025, publicada pela Receita Federal no Diário Oficial da União de 17 de setembro de 2025, traz alterações importantes à Portaria RFB nº 568/2025
Notícias Empresariais
Veja 5 passos para resolver a crise perante a sociedade e redes sociais , segundo especialista em gerenciamento de crise
Aprenda como calcular o ponto de equilíbrio, controlar o orçamento e tomar decisões estratégicas mais assertivas
Mesmo no topo, muitos executivos estão percebendo um desalinhamento entre seus valores pessoais e suas ações diárias — e buscam coaching para reencontrar autenticidade
Em decisão unânime, Banco Central manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano e ainda não descartou novo aumento dos juros básicos, se houver necessidade, surpreendendo analistas
Estudo mostra que só 20% das empresas publicam relatórios ESG. Especialistas apontam caminhos para integrar metas ambientais, sociais e de governança à gestão
Inadimplência em alta e confiança em baixa fazem com que lojistas ajustem prazos e ofertas diante da cautela dos consumidores
Pesquisa mostra que no Brasil as pessoas ficaram abaixo da média global em todas as métricas e apresentam retrocessos críticos em áreas estratégicas da cibersegurança
Saiba o que esperar para o minidólar nesta quinta (18)
MP retira IPI, PIS, Cofins e imposto de importação. Vamos cooperar com os grandes provedores globais na instalação de data centers em território nacional, disse Lula
Apenas o novo governador do Fed votou contra essa decisão e buscou uma redução maior da taxa
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade