Especialista avalia que quando a transição estiver completa em 2033 (incluindo a operação plena do split payment, já a partir de 2027), débitos e créditos tributários serão automatizados
Notícia
Decisões do Carf sobre ágio mostram conflito em decisões
A discussão gira em torno do ágio gerado nas operações de aquisição de empresas.
01/01/1970 00:00:00
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais começou a julgar nesta semana uma série de casos sobre o uso de ágio no abatimento de tributos pagos pelas empresas. Os primeiros resultados, definidos nesta terça-feira (8/10), mostram uma jurisprudência ainda em conflito. Os julgamentos continuam nesta quinta (10/10).
A discussão gira em torno do ágio gerado nas operações de aquisição de empresas. A Lei 9.532/1997 permite que o valor pago a mais pela compradora por conta da rentabilidade futura do negócio, estimada por quem vende, possa ser deduzido, como despesa, da base de cálculo do IRPJ e da CSLL a pagar futuramente. Na época em que foi editada, a norma tinha como objetivo incentivar as privatizações. Hoje, o aproveitamento do ágio interno, gerado em operações de compra de empresas dentro do mesmo grupo empresarial, é um dos alvos principais da Receita Federal.
Em julgamento desta terça-feira (8/10), a 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais — órgão de destino das contestações de contribuintes contra autuações do Fisco federal — manteve cobrança feita à empresa Duroline em uma operação de ágio interno. Ficaram vencidos o conselheiro relator, Alberto Pinto, e a conselheira Cristiane Costa. Votaram contra a dedução do ágio Waldir Veiga, Eduardo de Andrade, Márcio Frizzo e Guilherme Polastri.
O voto de Alberto Pinto foi visto com surpresa. O Carf é um órgão paritário, formado por membros indicados pelo Fisco e pela sociedade civil. Auditor da Receita, Pinto é tido como fiscalista, mas afirmou em seu voto que a Lei 9.532 permite a dedução do ágio independentemente da forma de incorporação da empresa — ou seja, tanto faz se a incorporada é do mesmo grupo empresarial ou não tem nenhuma relação com os sócios da compradora. Segundo o conselheiro, os únicos requisitos que estão na lei é que haja aquisição e que a rentabilidade futura esteja prevista em laudo.
Em um outro julgamento da mesma turma, esse entendimento acabou vencedor. A geração de ágio externo aproveitado pela empresa Dufry, proprietária de freeshops no Brasil, foi considerada legal. Os conselheiros votaram de forma unânime pela possibilidade de dedução das bases de cálculo.
Já em uma outra turma, em julgamento também de ágio externo, os conselheiros rejeitaram o recurso. Trata-se de um processo do Banco Santander em uma causa avaliada em cerca de R$ 1 bilhão. Ele foi julgado pela 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara.
Nesse caso, todos os indicados pelo Fisco votaram a favor da tese da Fazenda: a relatora, Edeli Pereira Bessa, o presidente, Marcos Pereira Valadão, e o conselheiro José Sergio. Ficaram vencidos os indicados pelos contribuintes: José Ricardo da Silva, Benedicto Benício e Marcelo Guerra. Com o placar de 3 a 3, a disputa acabou decidida pelo voto de qualidade do presidente. O caso estava há um ano à espera de decisão.
Na avaliação da tributarista Mary Elbe de Queiroz, as mudanças na jurisprudência acabam gerando insegurança juridica para empresas, que ficam na incerteza sem saber o que vale e o que não vale. “Embora a dedução do ágio seja legal, pois é um estimulo da lei para as empresas, a falta de uniformidade da interpretação jurisprudência deixa os contribuintes sem um norte seguro, o que pode afetar investimentos”, afirma.
A Câmara Superior do Conselho ainda vai definir a questão. Já aguarda julgamento outro recurso do Santander, provido pela 2ª Turma da 4ª Câmara Ordinária da 1ª Seção a favor do banco. O processo é considerado leading case sobre o aproveitamento de ágio.
Texto alterado às 14h11 do dia 10 de outubro de 2013.
Notícias Técnicas
A Receita Federal publicou o MOC v1.00 da Nota Fiscal da Água e Saneamento Eletrônica (NFAg), que moderniza processos fiscais, garante validade jurídica digital e substitui modelos tradicionais em papel
Atualização traz adequações nos leiautes do CT-e, CT-eOS e GTV-e para atender às regras da Reforma Tributária do Consumo
O atraso ou a falta de entrega das obrigações acessórias podem gerar diversas consequências negativas como multas, juros e restrições
AGU e TCU devem apresentar em 15 dias cronograma detalhado de análise dos recursos orçamentários
O fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), criado para apoiar empresas de turismo e eventos durante a pandemia, ainda não foi totalmente assimilado pelo mercado
Nunca um órgão não eleito teve tamanha influência sobre a definição de tributos no Brasil
Integração de áreas e métricas para sucesso na adaptação
Trata-se de um ramo da ciência contábil focado em fornecer informações detalhadas e relevantes para os gestores internos da empresa
A Receita Federal identificou esquemas de sonegação que somam R$ 11 bilhões. A descoberta foi feita com o uso de IA
Notícias Empresariais
Em vez de reinventar a roda, o fundador da Microsoft recomenda aprender com quem já resolveu o problema uma estratégia com respaldo de pesquisas em criatividade e estratégia
Cortes nos EUA atraem capital para mercados emergentes, mas inflação e política fiscal pressionam o Brasil
Edital da Fazenda Nacional oferece transação tributária com condições especiais em multas e juros
A Instituição Fiscal Independente divulgou nesta quinta-feira (18) o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de setembro, com projeções mais cautelosas que as do governo para o desempenho da economia brasileira em 2026
Plataforma nacional já reúne 1.053 negócios de impacto, que combinam resultado financeiro com benefícios sociais e ambientais
Mais de 2,2 milhões de empresas foram abertas até agosto; setor representa 63% dos novos CNPJs no país
Migração para Carteira de Trabalho Digital ocorrerá até novembro
Levantamento da Pluxee revela que pacote de benefícios mais comum inclui vale-alimentação, com valor médio mensal de R$ 537, vale-refeição (39%), com média de R$ 533, e vale-transporte
Veja 5 passos para resolver a crise perante a sociedade e redes sociais , segundo especialista em gerenciamento de crise
Aprenda como calcular o ponto de equilíbrio, controlar o orçamento e tomar decisões estratégicas mais assertivas
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade