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Notícia
Dólar cai 0,79% mas real deve ficar mais fraco e mais volátil, dizem especialistas
Volatilidade do real em meio ao cenário de incertezas favorece valorização da moeda americana
01/01/1970 00:00:00
O dólar fechou na segunda-feira (13) com queda de 0,79%, cotado a R$ 5,4603, depois de uma alta bastante expressiva da moeda norte-americana na sexta-feira (10), contrariando as expectativas de especialistas de desaceleração até o fim do ano. Com quase 2,4% de aumento, a moeda americana acumulou mais de 3% de alta na semana passada e foi negociada a R$ 5,50 na sexta-feira.
O aumento foi motivado por um contexto de reforço da guerra tarifária entre Estados Unidos e China e uma potencial escalada entre as duas potências. “O governo americano havia anunciado uma tarifa de 100% sobre os produtos chineses, enquanto a China rebateu com aumento de custos, buscando maior controle sobre as terras raras, que é um insumo muito importante para toda a indústria americana”, explica o especialista da Valor Investimentos, Dante Araújo.
Contudo, ao longo do final de semana houve um alívio nas tensões, e o próprio presidente americano, Donald Trump, sinalizou que ele não gostaria de prejudicar a China e está aberto ao diálogo.
De acordo com o professor da UniBH e da Una, Fernando Sette Junior, a expectativa inicial de queda do dólar estava ancorada na perspectiva de redução dos juros nos Estados Unidos e na manutenção de um ambiente fiscal estável no Brasil.
“No início do ano, o mercado precificava cortes graduais na taxa básica norte-americana (Fed Funds Rate), o que tenderia a enfraquecer o dólar globalmente e favorecer moedas emergentes, como o real. Além disso, o compromisso declarado do governo brasileiro com a responsabilidade fiscal e o novo arcabouço orçamentário criaram, naquele momento, uma percepção de controle das contas públicas, sustentando o otimismo cambial”, explicou.
No entanto, o cenário mudou sensivelmente ao longo dos últimos meses, explica Sette Junior. “O Federal Reserve adiou o início do ciclo de cortes de juros, diante da resiliência da economia americana e da persistência inflacionária nos EUA. Isso manteve o dólar forte no mundo todo, já que o rendimento dos títulos americanos continua atraente para investidores globais”, disse.
Em paralelo, segundo o professor, o Brasil viu aumentar as incertezas fiscais e políticas, com revisões de metas orçamentárias, elevação do gasto público e questionamentos sobre a capacidade de cumprir o equilíbrio fiscal em 2025. “Esses fatores elevaram o prêmio de risco e reduziram a confiança externa, provocando saída de capital estrangeiro e, consequentemente, alta do câmbio”, explicou.
Também pesaram, para o professor, fatores domésticos e conjunturais. A desaceleração da economia chinesa, que é importante parceira comercial do Brasil, reduziu a demanda por commodities, pressionando os termos de troca e afetando o fluxo cambial positivo.
A volatilidade política, com embates entre Executivo e Congresso sobre a execução orçamentária, reforçou a percepção de instabilidade. “O resultado é um dólar mais caro, refletindo tanto um real fragilizado internamente quanto um dólar fortalecido globalmente. Assim, o que era um cenário de apreciação do real transformou-se em um quadro de reprecificação do risco Brasil”, comentou.
A economista do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG), Diana Chaib, pontuou outro fator que é a desaceleração econômica no Brasil.
“O Brasil tem registrado um crescimento econômico mais lento do que o esperado. A inflação ainda está elevada e o cenário é de incertezas fiscais. Esse enfraquecimento pode tornar nossa moeda mais vulnerável frente ao dólar. Além das dificuldades do governo para cumprir as metas fiscais e arrecadatórias, o que acaba também acaba gerando incertezas sobre a estabilidade econômica do Brasil e aumenta a pressão sobre a moeda”, disse.
Com o novo contexto, o mercado revisou suas projeções e passou a enxergar o dólar mais próximo da faixa de R$ 5,30 a R$ 5,50 no curto prazo, dependendo da trajetória dos juros norte-americanos e da capacidade do governo brasileiro de reafirmar seu compromisso fiscal.
Na visão do professor, enquanto persistirem dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas e a condução da política monetária, a tendência é de volatilidade elevada e prêmio de risco cambial mais alto. “O real deve continuar pressionado até que haja sinais claros de estabilidade institucional e previsibilidade nas contas do governo”, previu.
A médio prazo, Sette Junior avaliou que o comportamento da moeda vai depender de dois vetores principais. No plano externo, o foco está na decisão do Federal Reserve: se os cortes de juros nos EUA começarem mais tarde ou forem mais lentos, o dólar seguirá valorizado globalmente. “No plano interno, será decisiva a credibilidade fiscal. Caso o governo apresente medidas concretas de contenção de gastos e manutenção da meta de resultado primário, o real pode recuperar parte das perdas”, ressaltou.
De modo mais amplo, Sette Junior acredita que o câmbio atual reflete uma reconfiguração das expectativas econômicas. “O real tende a continuar oscilando em função de fatores externos e domésticos, mas dificilmente voltará aos níveis mais baixos esperados no início do ano sem uma melhora perceptível no ambiente fiscal e político”, analisou.
Em resumo, o professor avaliou que o que se espera, agora, é um real mais fraco e mais volátil, com movimentos condicionados à credibilidade do governo, à confiança dos investidores e ao ritmo da economia global. “A estabilidade cambial, portanto, dependerá menos da vontade dos mercados e mais da consistência das políticas públicas brasileiras”, apontou.
No mercado interno, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, “muito importante sobre ótica fiscal”, na visão de Dante Araújo, pode também trazer impacto no preço. “O boletim Focus desta segunda (13) trouxe uma inflação mais baixa. Então, a expectativa de mercado é de uma inflação em 4,72%, o que dá um alívio para a questão de juros no Brasil, podendo favorecer nossa moeda”, avaliou.
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