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Notícia
De olho nos EUA: Fed deve cortar juros nesta superquarta. Entenda impacto no mercado financeiro
Juro americano guia aplicações em todo mundo, podendo impactar indicadores no Brasil
01/01/1970 00:00:00
O mercado financeiro mundial estará em compasso de espera pelo veredito da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) nesta semana. Na próxima quarta-feira, a autoridade monetária do país deverá decidir por um corte na taxa básica de juros nos Estados Unidos. Se o movimento se confirmar, será a primeira redução após seis reuniões, e a primeira de 2025.
A instituição, que está sob ataque do presidente Donald Trump, deve ratificar o desejo do republicano, que quer ver taxas mais baixas, implicando num valor do dólar menor e favorecendo a atividade econômica. Mas, apesar da pressão, o caminho a ser tomado pela autoridade é estritamente técnico, apontam analistas.
O possível corte já foi sinalizado por Powell no fim do mês passado, durante o simpósio de Jackson Hole, que reúne banqueiros centrais de todos os cantos do mundo. No evento, ele expressou sua preocupação com o desaquecimento do mercado de trabalho.
Diferente do Brasil, em que o Banco Central mira apenas a condução da inflação para a meta (hoje em 3%, com uma banda de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo deste número como faixa propícia), nos EUA, para além da manutenção de uma inflação em 2%, há também o compromisso de perseguição de um nível de pleno emprego:
— Lá, ao mesmo tempo que ele precisa garantir a inflação na meta, ele tem como prioridade garantir o pleno emprego, com base em uma taxa estrutural de longo prazo, considerada de equilíbrio. Com mandato duplo, ele precisa calcular os dois riscos: uma inflação acima ou abaixo da meta, ou o emprego acima ou abaixo do longo prazo — explica a economista Andressa Durão, da financeira Asa.
O desejo de Trump por taxas mais baixas vem desde sua campanha, no ano passado. Com objetivo de uma reindustrialização do país, o republicano tem como desejo um dólar mais desvalorizado e impôr sua política tarifária, tentando atrair as fábricas das empresas para o interior das suas fronteiras.
— Um dólar mais fraco, por um lado, ajudaria numa maior competitividade da indústria americana. E as taxas de juro de longo prazo, que precisam melhorar. Mas o ferramental que ele (Trump) usa para execução disso tem sido duvidoso — diz Eduardo Grübler, gestor multimercados da AMW, a gestora da Warren Investimentos. Sua política tarifária é, na visão do gestor, diametralmente contrária, já que elevaria os custos dos produtos aos americanos, gerando inflação e consequentemente maior taxas de juro, implicando numa valorização do dólar.
Lupa no comunicado
Dado como certo — contratos de juros negociados no mercado apostavam em 96% numa redução de 0,25 ponto percentual —, o mercado financeiro escutará com afinco a coletiva realizada meia hora depois da decisão. Para a equipe de economistas liderada por Andrew Hollenhorts, do Citi, Powell deve sinalizar uma série de novos cortes, observando os riscos de enfraquecimento do emprego no país:
“Embora o mercado de trabalho pareça estar em equilíbrio, trata-se de um equilíbrio curioso, resultado da desaceleração acentuada tanto da oferta quanto da demanda por trabalhadores. Essa situação incomum sugere que os riscos de deterioração do emprego estão aumentando. E, caso se materializem, podem fazê-lo rapidamente, na forma de demissões em massa e elevação do desemprego”, disse a equipe em relatório, afirmando que a pressão da métrica do emprego pode “justificar um ajuste na postura de política monetária”.
Em junho, na penúltima reunião, o Fed já apontava que poderia reduzir por duas vezes a taxa básica nas quatro reuniões que ainda restavam para o ano. Mas, com a deterioração dos dados do emprego, o BC americano pode correr para evitar uma desaceleração brusca. Na semana passada, o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) revisou o crescimento do mercado de trabalho americano anual até março deste ano de 1,8 milhão para 911 mil. Na divulgação da semana retrasada, dados mais fracos das folha de pagamento e revisão dos meses anteriores mostraram uma redução firme do mercado de trabalho.
Intervencionismo
A decisão acontece num momento em que Trump demonstra irritação não só com Powell, a quem sempre chama de “atrasado” em seus posts na Truth Social. O republicano também abriu uma declarada disputa com a diretora Lisa Cook, tentando até mesmo uma demissão de sua cadeira.
Em agosto, Trump apresentou uma carta em que pede a saída de Lisa do Fed a acusando de fraude hipotecária por uma compra de residência antes de se tornar diretora do banco central. O Departamento de Justiça abriu investigação contra a diretora, que possui um voto no comitê de política monetária.
Além dela, Adriana Kugler pediu demissão da sua cadeira no início de agosto, abrindo espaço para mais um indicado de Trump. Ele é Stephen Miran, que cumprirá um mandato tampão até janeiro, quando venceria o mandato de Adriana. A confirmação de Miran deve ser referendada nesta segunda, e ele já deve iniciar na sua cadeira participando da reunião da decisão de quarta-feira, que começa na terça.
Para o banco americano Citi, Michelle Bowman, diretora indicada por Trump em seu primeiro mandato, e Miran, devem votar por um corte maior, de meio ponto percentual, ensejando um desejo do republicano.
Apesar do desejo de intervenção, Alessandra Durão vê a maioria do o comitê adotando o discurso da independência da instituição, principalmente por Powell:
— Ele tem há muito tempo, e continua, com discurso de que manterá Fed independente de decisões políticas. Ele possui imparcialidade política há bastante tempo e manterá isso ao longo de todo mandato — diz a economista do ASA.
Juro americano baliza mercado global
O juro dos EUA calibra o valor do dólar, o que impacta moedas e investimentos em todo mundo. Quando a taxa está alta, parte volumosa dos investidores decide optar por aplicações nos Estados Unidos, já que o país é considerado um dos mais seguros do mundo para “deixar o dinheiro guardado”. Com menos dólares no mundo, seu preço aumenta.
Ao menor indício de queda do juro por lá, como o que vem acontecendo ao longo dos últimos meses, o capital global começa a buscar aplicações que possam render mais. Isto, além de favorecer ativos com maior risco, como em Bolsa — o Ibovespa, por exemplo, alcançou nova máxima histórica na semana passada motivado por este fator —, a desvalorização favorece uma operação conhecida como carry trade, ou carrego.
Como a taxa de juro no Brasil está no maior patamar em duas décadas, em 15% ao ano, parte desses investidores globais decidem tomar empréstimos em economias com taxas de juros baixas, trazendo a quantia em dólares ao Brasil.
Através deste movimento, os investidores conseguem rendimentos maiores e, consequentemente, há redução no valor do câmbio por aqui. Este foi um dos fatores para derrubar a cotação, na última sexta, para seu menor valor desde junho do ano passado.
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