O Pré-Comitê Gestor divulgou, nesta terça-feira (18), mais três notas com orientações para as secretárias de Fazenda dos estados e municípios sobre os impactos administrativos da reforma tributária
Notícia
Tarifa dos EUA dificulta retomar equilíbrio entre déficit em conta corrente e IDP
Volume de investimentos recebidos pelo Brasil nos últimos 12 meses está abaixo do nível necessário para cobrir o déficit em conta corrente
01/01/1970 00:00:00
O volume de investimentos recebidos pelo Brasil nos últimos 12 meses está abaixo do nível necessário para cobrir o déficit em conta corrente e essa tendência deve continuar até o fim do ano, podendo se estender, dada a incerteza trazida pelas tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos e os impactos disso sobre o fluxo de capital direcionado ao País.
Os dados mais recentes sobre as contas externas, referentes a junho, mostram que o déficit em conta corrente acumulado em 12 meses atingiu US$ 73,135 bilhões, o equivalente a 3,42% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo intervalo, o Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 70,476 bilhões (3,14% do PIB).
O aumento no déficit em conta corrente, segundo especialistas, está relacionado ao fato de a economia brasileira estar superaquecida, crescendo acima do potencial. Segundo o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, a proporção do déficit em relação ao PIB é, inclusive, "a prova do pudim" para perceber se a economia está expandindo em ritmo demasiadamente acelerado.
"Um saldo deficitário próximo de 4% do PIB no acumulado em 12 meses não é um saldo de uma economia crescendo próxima de seu potencial. Quando ela está próxima do potencial, vemos um crescimento de cerca de 2% do PIB", detalha.
Quando a economia está aquecida, é comum que as importações ganhem tração na balança comercial de bens pela demanda doméstica, diz o analista econômico Lucas Farina, da Genial Investimentos. Além disso, as balanças de rendas e de serviços também contribuíram para a piora do déficit nas transações correntes, de acordo com a economista Luíza Pinese, da XP Investimentos.
"O déficit de serviços continua batendo recordes, refletindo a compra de novos serviços de streaming e também de outros serviços digitais", observa.
O resultado negativo na conta corrente de um país mostra que ele está gastando mais moeda estrangeira para comprar produtos e serviços de fora do que arrecada ao vender para outros países. Para cobrir essa diferença, é necessário financiamento do exterior, que pode vir por meio do IDP - o investimento de empresas ou investidores de outros países.
No caso do Brasil, o IDP era mais do que suficiente para cobrir o déficit em conta corrente há anos. Essa tendência, porém, mudou em 2025, diante da incerteza sobre o cenário econômico global motivada principalmente por receios com as tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos.
O país, aponta Farina, é o principal responsável pela entrada de investimentos estrangeiros no Brasil, respondendo por aproximadamente um quarto do total de entrada líquida de recursos por aqui. "Caso tenhamos um prolongamento dessas rusgas comerciais entre Brasil e EUA, poderemos ver uma continuidade na redução do IDP, o que já observamos mês após mês", afirma.
O que esperar
A XP elevou a estimativa para o déficit em conta corrente acumulado em 12 meses em 2025 de US$ 65,7 bilhões para US$ 73,5 bilhões (2,9% para 3,2% do PIB), devido à redução de US$ 2 bilhões na previsão para as exportações e ao aumento da estimativa para as importações. O IDP foi mantido, por ora, em US$ 70 bilhões (3,1% do PIB).
"A incerteza gerada pelas discussões comerciais com os Estados Unidos pode aumentar as preocupações sobre o risco para investimentos de longo prazo no Brasil. No entanto, julgamos esse cenário como improvável", aponta. "Mas é importante monitorar de perto o que vai acontecer daqui para a frente", conclui.
A expectativa de Leal, da G5, é de acomodação. "Com a atividade desacelerando, veremos uma redução do déficit na conta corrente, uma vez que temos uma política monetária extremamente contracionista", aponta o economista, que destaca ainda o câmbio relativamente estável, a despeito do fluxo cambial negativo no ano.
Ele prevê déficit em conta corrente de US$ 80 bilhões (3,5% do PIB) em 2025, com IDP em US$ 78 bilhões (3,4% do PIB).
A consultoria Capital Economics prevê um cenário mais pessimista para as contas externas, com o déficit em conta corrente atingindo 4% do PIB até o fim de 2025 e a potencial redução da confiança dos investidores no Brasil, o que pode desencadear novas saídas de portfólio.
Segundo os dados do Banco Central, o déficit em conta corrente foi de US$ 5,131 bilhões em junho, o maior para o mês desde 2014 Com o ajuste anualizado e dessazonalizado, o déficit chega agora a quase US$ 80 bilhões (3,6% do PIB), nos cálculos da Capital Economics, um avanço considerável em relação ao patamar de 1,5% a 2,0% do PIB observado no começo de 2024.
"Uma deterioração acentuada no saldo em conta corrente em um período tão curto de tempo é preocupante, especialmente se for financiada por fluxos de capital mais voláteis", aponta o economista sênior para Mercados Emergentes da consultoria, Liam Peach.
Riscos para a economia
A deterioração no saldo do IDP, deixando de sustentar os déficits na conta corrente, requer mudança em duas variáveis: o arrefecimento da atividade ou a desvalorização do câmbio. "Se virmos o IDP afundar ainda mais, haverá uma pressão constante altista sobre a taxa de câmbio, o que tem impactos ruins para a inflação, devido ao pass-through", diz Farina, da Genial. Por ora, ele projeta o câmbio a R$ 5,67 e PIB crescendo 2,4% em 2025.
Com o possível repasse do câmbio no preço do atacado para o varejo, a inflação de alimentos poderá aumentar à frente. "Essa piora das contas externas pode gerar efeitos desagradáveis, retardando, por exemplo, o ciclo de cortes da Selic, que está hoje em 15%", avalia.
A Genial estima que o déficit nas transações correntes em 2025 atinja US$ 68 bilhões (3,08% do PIB), enquanto a entrada de investimento estrangeiro deve somar US$ 66 bilhões (2,98% do PIB). Esse cenário, afirma Farina, não considera uma escalada de retaliações entre Estados Unidos e Brasil.
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