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Notícia
Como ficam os juros em 2026? Depende do ritmo de expansão fiscal, dizem economistas
O corte de juros é esperado, mas a velocidade desta redução poderá ser impactada com maiores gastos no ano eleitoral, o que pode pressionar a inflação
01/01/1970 00:00:00
A manutenção da taxa de juros em 15% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe mais elementos para o mercado projetar o início do ciclo de cortes para dezembro deste ano ou o primeiro trimestre do ano que vem. Porém, as variáveis de 2026 podem fazer com que este ritmo de corte seja mais lento, caso os gastos do governo se intensifiquem, estimulados pela disputa eleitoral.
Um estudo de cenários feito pela consultoria Outpod, do economista Carlos Honorato, aponta que a Selic poderá chegar ao final de 2026 a 9,5% (em uma projeção otimista) ou ficar acima de 12% (em cenário pessimista), a depender da postura do governo com os gastos.
Neste contexto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá variar de 1% a 4%, com risco de recessão em 2027.
“Se houver um processo eleitoral complexo e difícil, o governo deve abrir a porta dos gastos. Isso levará ao crescimento [puxado] pela demanda, podendo chegar a 4%, mas depois teremos a inflação e os juros batendo na porta”, avalia o economista.
Política fiscal expansionista
Os crescentes gastos do governo, entre eles os benefícios de programas federais e a correção do salário-mínimo acima da inflação, pressionam os preços e elevam a inflação. Com mais dinheiro no bolso, a população consome mais alimentos e serviços, tornando mais difícil conter os preços por meio da Selic.
A alternativa do governo tem sido aumentar a arrecadação, como ocorreu com o caso do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A solução é criticada pelo mercado, que sugere revisão e corte de gastos para não pressionar os preços.
Neste cenário, a dívida bruta está projetada em 84% do PIB pela Institutuição Fiscal Independente do Senado (IFI), e pode chegar a 85% com gastos mais elevados.
“Estamos em uma trajetória crescente de dívida. Estamos saindo de R$ 7,7 trilhões [maio], R$ 7,8 trilhões [junho], e podemos chegar a 84% do PIB. Isso não é muito dramático, mas também não é uma boa trajetória. O que torna tudo um pouco trágico é que não temos nenhum movimento para o corte de gastos”, avalia Honorato.
| Variáveis \ Cenários | Pessimista | Base | Otimista |
| Inflação | 6% a 6,5% | 5,0% a 5,5% | 4,5% a 4,8% |
| PIB | 4% | 1% a 2% | 2,0% a 2,4% |
| Selic | acima de 12% | 10,5% a 11% | 11,25% a 9,5% |
| Câmbio | acima de R$ 6,50 | R$ 5,50 a R$ 6 | R$ 5,50 |
| Probabilidade | 20% | 40% | 40% |
Fonte: Projeção de cenários feito pelo Outpod, de Carlos Honorato
Inflação pressionada
Assim, a projeção é de inflação elevada, entre 5% e 5,5% no cenário base e entre 6% e 6,5% no cenário pessimista. Isso deve forçar o Banco Central (BC) a manter os juros altos (acima de 10,5%), limitando cortes e encarecendo o crédito, o que afeta o PIB.
“Hoje já vemos o alto custo da política fiscal expansionista dos últimos 2 anos no patamar de juros atual. Não só o juro neutro subiu, mas as expectativas de inflação seguem desancoradas, mesmo com juros reais próximos de 10% na Selic ex-ante”, avalia Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter.
Para 2026, a economista afirma que vê o risco de novo aumento do gasto público, o que pode manter a inflação mais persistente acima da meta e limitar o espaço para os cortes.
Troca da diretoria do BC
Em 2026, com o fim do mandato de dois diretores do Banco Central que também integram o Copom, o presidente Lula poderá ter sob sua influência toda a cúpula monetária do país. Isso colocará em xeque a credibilidade da política monetária em um ano crítico, avalia Honorato.
Para os economistas Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA e ex-secretário do Tesouro Nacional, apesar desta configuração, é esperado que o Banco Central não se desvie do seu “plano de voo” por questões fiscais – ou seja, ele não deve manter o corte de juros se a atividade econômica não sustentar esse alívio.
“O governo não tem mostrado vocação para ajustes pelo lado da despesa, tampouco o arcabouço fiscal tem ambição de gerar uma melhora rápida do resultado primário e, assim, alcançar o patamar necessário para estabilizar a dívida. Ainda que as preocupações com os estímulos à atividade econômica, vindos de políticas parafiscais e de crédito, frequentemente surjam no mercado, o Banco Central tem sido mais cético e silente sobre a questão”, avalia Bittencourt.
Para o ASA, o cenário base é de que o governo cumprirá formalmente o limite de gastos e a meta de primário. No cenário alternativo, com probabilidade menor, poderia haver uma expansão fiscal adicional por conta da eleição. “Mesmo neste cenário, só vemos o Banco Central mudando o seu plano de voo se isso significar que a deterioração adicional do fiscal comprometerá o ajuste previsto pelos agentes a partir de 2027, se refletindo, desde já, no câmbio e na curva de juros”, avalia.
Tarifaço
As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos para as exportações brasileiras também devem pressionar a economia em 2026. É possível que a atual alíquota se mantenha ou seja ampliada, o que reduz a competitividade dos produtos brasileiros.
Com isso, haverá desvalorização do real frente ao dólar, pressionando os preços de insumos importados e a inflação doméstica, avalia Honorato.
O desafio para o BC será equilibrar os choques externos, como as tarifas, com os internos (expansão fiscal), o que pode exigir juros mais altos por mais tempo, avalia o economista.
Impactos além de 2026
A análise de cenários feita pela consultoria Outpod também estima impactos para além de 2026. De acordo com o estudo, a expansão fiscal poderá estender o impacto inflacionário de 2026 com maior intensidade nos anos seguintes. “As análises indicam potencial ressurgimento inflacionário persistente no período 2030-2037 caso não sejam implementadas correções fiscais significativas”, avalia o estudo.
Neste cenário, seria preciso um novo ciclo de aperto monetário prolongado, o que comprometeria o crescimento sustentável da economia a longo prazo.
Segundo Bittencourt, o custo da condução de uma política fiscal mais expansionista se expressa na parte mais longa da curva de juros. “Não por outra razão, as taxas reais para os prazos de 10 anos ofertadas pelo Tesouro, bastante relevantes para as decisões de investimento, estão acima de 7% desde o final do ano, flertando com 7,5% na maior parte do tempo, sem sinalização de que podem cair no curto prazo”, afirma.
Para esta taxa cair, seria preciso maiores sinais de sustentabilidade fiscal e estabilidade institucional. “Além das consequências mais óbvias, em relação ao custo para o alongamento da dívida pública, isso tem consequências graves sobre as perspectivas de investimento e o crescimento de longo prazo”, avalia o economista do ASA.
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