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Notícia
Tarifa de 50% de Trump entra em vigor: entenda a medida e como afeta o Brasil
Isenções reduzem impacto econômico imediato, mas negociações seguem; governo busca cortar alíquota para setores estratégicos
01/01/1970 00:00:00
A tarifa mais alta imposta pelo governo dos Estados Unidos a um país entra em vigor nesta quarta-feira (6): um total de 50% sobre diversos produtos brasileiros. A medida, assinada por Donald Trump na semana passada, soma a tarifa recíproca de 10% a uma sobretaxa específica de 40%, aplicável a cerca de 35% das exportações do Brasil para os EUA.
Apesar do peso do número, uma lista de 694 exceções deve amenizar os efeitos imediatos sobre o PIB, com o governo brasileiro apostando em negociações setoriais para mitigar ainda mais os impactos. No entanto, com a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e o caráter político das tarifas contra o Brasil, o cenário, que já trazia preocupações, recrudesceu.
Veja, a seguir, tudo o que se sabe até agora sobre o tarifaço dos EUA contra o Brasil, quais setores ficaram de fora e quais serão mais afetados, e como a medida pode afetar a economia brasileira e o seu bolso.
Quando começa a valer?
Ao contrário da maioria dos países, que estarão sujeitos às tarifas anunciadas na semana passada a partir de quinta-feira (7), o Brasil terá que lidar com sua taxa um dia antes, nesta quarta-feira (6). O caso do país é especial, com Donald Trump assinando uma ordem executiva específica contra os produtos brasileiros no dia 30 de julho, e determinando a implementação no prazo de 7 dias.
O impacto inicial também foi amenizado pelo fato de haver uma regra de transição: produtos embarcados e que cheguem aos EUA até 5 de outubro estarão isentos.
Por que o Brasil foi alvo da tarifa mais alta do mundo?
A medida é uma tentativa admitida de Donald Trump de interferir no Judiciário brasileiro. A Casa Branca justificou a medida como resposta a “violações à liberdade de expressão” e “perseguição política” no país, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF. Trump vinculou diretamente a elevação ao que chama de “caça às bruxas” contra seu aliado.
Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, classificou o caso brasileiro como “um exemplo especialmente claro da ilegalidade da ofensiva tarifária de Trump” e disse que o presidente americano “não tem a força para forçar um país de mais de 200 milhões de pessoas a mudar sua política interna”.
Além do caso Bolsonaro, a decisão do STF de ampliar responsabilidades de redes sociais sobre seu conteúdo, o que atinge big techs americanas, assim como gestos de Lula, como a proposta de substituir o dólar no comércio internacional são vistos por setores dos EUA como ameaças, na avaliação de analistas.
Como as exceções melhoram o cenário
A longa lista de exceções ao tarifaço atenua a pressão econômica. Segundo a Rio Bravo Investimentos, a tarifa efetiva média cai de 50% para cerca de 29% a 31%, variando conforme o grau de isenção a setores como energia e químicos.
Thiago de Aragão, analista político, avalia que alguns setores foram estrategicamente deixados de fora “para servir de moeda de troca nas negociações”. Krugman reforça que a exclusão do suco de laranja, 90% importado do Brasil, é “um reconhecimento implícito de que os EUA precisam do que o Brasil vende”.
Quem paga quanto: comparação internacional
O Brasil está, ao menos por enquanto, no topo da lista de países com a maior tarifa imposta pelos EUA. A taxa do Brasil supera, por exemplo, a imposta por países como Síria (41%), Laos e Mianmar (40%), Suíça (39%), Canadá (35%), e também as alíquotas provisórias de China (30%) e México (25%), que seguem em negociações com os EUA e tiveram a entrada em vigor adiada. Além disso, o Brasil fica muito longe de um bloco de países que obtiveram a tarifa base de 10%, como a Argentina.
Veja como diferentes nações se comparam:

(Fonte: Casa Branca)
Para entender, é possível encarar as tarifas como divididas em quatro grandes grupos.
Quais regiões e setores do Brasil serão mais afetados?
- O Nordeste deve sentir o maior impacto, com tarifas plenas sobre frutas frescas, pescados e calçados.
- O Centro-Oeste perde competitividade nas carnes e no café.
- Já Sul e Sudeste foram parcialmente protegidos graças à exclusão de setores industriais de alto valor agregado, como aviação e celulose.
Quais são as alternativas para os setores atingidos
O governo prepara um pacote de medidas de socorro aos setores afetados. Ainda não se sabe quais são elas, mas especula-se que haja crédito subsidiado e até compra pública de alguns insumos mais críticos que tenham ficado sem mercado. Estados, como Goiás e São Paulo, também preparam linhas de financiamento alternativas para ajudar empresas.
Impacto econômico previsto
A lista de exceções atenuou muito o cenário para o impacto na economia brasileira. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, lembrou ainda que “quase metade do comércio do agronegócio brasileiro está concentrado na Ásia, contra apenas 10% destinados aos EUA”, reduzindo a dependência do mercado americano.
A Kinea projeta impacto no PIB de 0,2 p.p., enquanto a XP vai além e vê apenas 0,15 p.p. de perdas. “Já esperávamos um impacto limitado, mas caiu ainda mais com as exceções”, explica Luiza Pinese, da XP.
Por outro lado, o Goldman Sachs não vê sequer motivo para alterar sua estimativa de crescimento de 2,3% para este ano.
No entanto, o Banco Central prega cautela, e diz que ainda há muitas incertezas em jogo para entender o efeito sobre os preços.
O que nos trouxe até aqui? Veja a cronologia
Relembre as datas dos principais eventos que culminaram nesta quarta-feira:

E o mercado, como está reagindo?
A divulgação da lista de isenções provocou alívio imediato: o Ibovespa subiu quase 1% no dia do anúncio e o dólar recuou de R$ 5,60 para R$ 5,49.
Para o Bradesco BBI, “as exceções levam a um cenário significativamente menos grave do que o temido e podem gerar um rali de alívio”.
A Embraer (EMBR3) foi destaque com alta de mais de 10% após a exclusão de aeronaves da tarifa adicional. Suzano (SUZB3) também foi beneficiada com a isenção de celulose.

Ação da Embraer no dia do anúncio das tarifas sobre o Brasil, em 30 de julho de 2025 (Imagem: Google)
Na terça-feira, havia alguma expectativa de movimento negativo após a prisão de Bolsonaro, mas não foi o que aconteceu. Segundo analistas, a detenção já era esperada e, ao menos até a tarde de ontem, Trump não havia se manifestado sobre o tema, o que fez com que a expectativa de queda de juros nos EUA tomasse as rédeas dos preços.
Diante disso, o que fazer com o seu dinheiro?
Apesar das exceções à tarifa terem agradado o mercado, analistas recomendam que, diante das incertezas que ainda persistem com o que virá pela frente, o melhor caminho para o investidor é dobrar a aposta em ativos mais seguros. O destaque fica com a renda fixa, em especial papéis atrelados à inflação com prazos a partir de 5 anos.
Na Bolsa, o fluxo estrangeiro que costuma movimentar os preços desacelerou, deixando as apostas em ações vistas como resilientes nesse momento, como as boas pagadoras de dividendos Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), entre outras. Ações lá fora, onde o apetite se renovou após resultados fortes, também são opção, de acordo com o perfil do investidor.
O que esperar das negociações
O governo busca um corte nas tarifas de produtos não isentos, com prioridade para café, cacau e carnes. A estratégia envolve diálogo direto entre autoridades de alto escalão, e, ao menos até a semana passada, incluía a possibilidade de conversa entre Trump e Lula – o que esfriou após sanção contra Alexandre de Moraes e prisão domiciliar de Bolsonaro, vista como entrave para negociações.
Enquanto isso, o Brasil aprovou consulta formal à Organização Mundial do Comércio (OMC). O chanceler Mauro Vieira diz que a medida “representa a defesa do direito soberano do Brasil de definir o seu próprio destino”, mas reconhece que o sistema de solução de disputas está paralisado.
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