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Notícia
Com juro alto, empresas trocam dívidas de financiamento por consórcios; vale a pena?
Custos menores podem ser atrativos, mas é preciso planejamento e atenção às regras do consórcio
01/01/1970 00:00:00
O consórcio, muito popular na compra de veículos ou imóveis, vem ganhando terreno até entre empresas que recorrem à ferramenta para quitar dívidas e reduzir parcelas. Com a taxa básica de juros pausada em 15%, as empresas estão refazendo cálculos e buscando estratégias para manter as contas em dia, com custos menores. Essa saída até pode ser uma boa alternativa para alguns casos, mas é preciso atenção e planejamento.
Segundo Cléber Gomes, CEO e sócio–fundador da Maestria, empresa especializada em consórcio e produtos financeiros, este movimento vem crescendo desde o início do ano. Somente em julho, quando a empresa comercializou R$ 150 milhões em crédito entre seus parceiros de negócios, R$ 55 milhões foram de crédito específico para troca de dívida – o que representa 36% do total.
De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), cerca de 18% dos participantes do consórcio são pessoas jurídicas. O avanço é puxado por setores como transporte, construção civil, agronegócio e serviços, onde empresas têm utilizado o crédito contemplado para substituir dívidas mais onerosas por parcelas sem juros.
Estratégia demanda planejamento
A característica do consórcio é permitir que a pessoa física ou jurídica que adere ao sistema tenha acesso ao crédito contratado pagando taxas menores do que as praticadas nos financiamentos mais tradicionais. A principal diferença entre as duas opções é o custo e o tempo de acesso ao recurso.
No financiamento, o valor é liberado após a assinatura do contrato. Os custos envolvem taxas e juros. No consórcio, o valor é liberado após ser contemplado em sorteio, lance ou ao fim do prazo contratado. Os custos não envolvem juros, somente taxa de administração e de correção.
Por isso, empresas que precisam do recurso imediatamente tendem a recorrer ao financiamento ou empréstimo bancário. Quem consegue planejar pode aderir ao consórcio para comprar imóveis, caminhões, entre outros. Há ainda quem está no meio do caminho – tem uma dívida, mas se planeja para trocar pelo consórcio e se livrar dos juros.
“Se uma empresa pegou um empréstimo de R$ 1 milhão e deu o imóvel de garantia, ela vai pagar cerca de R$ 22 mil ao mês de parcela. Se ela pegar um consórcio no mesmo valor e for contemplada por lance ou sorteio, ela vai quitar essa dívida de R$ 1 milhão e trocar por uma parcela de consórcio de R$ 6 mil”, diz.
| Financiamento | Consórcio | Consórcio/INCC* | |
| Crédito | R$ 1.000.000,00 | R$ 1.000.000,00 | R$ 1.000.000,00 |
| Prazo | 120 meses | 200 meses | 200 meses |
| Taxa mensal | 2% | 0,12% | 0,12% |
| Parcela média | 22.048,10 | 6.250,00 | 8.652,44 |
| Custo total | 2.645.772,00 | 1.250.00,00 | 1.730.488,90 |
*Reajuste de 4% ao ano, sem juros, pelo Índice Nacional da Construção Civil
Fonte: Maestria
Neste exemplo, é preciso atenção ao período de transição, já que durante um tempo será preciso arcar com as duas prestações – a do financiamento e a do consórcio.
Segundo Gomes, as empresas que estão aderindo a este mecanismo estão se planejando com foco e estratégia no longo prazo. “Para empresas com fluxo de caixa mais estável, é possível ainda usar o lance como ferramenta estratégica: utilizando parte do capital próprio para antecipar a contemplação e acelerar a troca da dívida”, diz Gomes.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, afirma que essa alternativa atrai os empresários pelo custo inicial menor. “Imagine uma empresa com uma dívida de financiamento de R$ 200 mil a uma taxa de 1,8% ao mês, o que gera um custo final bem alto ao longo de 48 meses. Se ela conseguir acessar uma carta de consórcio de mesmo valor, com uma taxa de administração de 0,2% ao mês e conseguir dar um lance com recursos próprios ou do caixa da empresa, o custo total pode ser significativamente menor”, explica. Mas, vale a pena?
“Para valer a pena, depende de muitos fatores: da contemplação acontecer no tempo certo, do índice de correção não subir demais — e o empresário acabar perdendo dinheiro — e de a empresa estar preparada financeiramente para aguentar essa transição. No fim das contas, dá para fazer? Dá, mas não é simples, nem serve para qualquer perfil de empresa. É uma estratégia que precisa ser bem planejada, com assessoria financeira e muita clareza sobre os riscos envolvidos”, explica.
Correção e fluxo de caixa demandam atenção
Para Patzlaff, o primeiro ponto de atenção é a correção da carta de crédito e das parcelas. Embora as parcelas do consórcio não tenham juros, sobre elas incidem uma taxa de administração – às vezes um fundo de reserva – e o fator de correção monetária, que pode pesar bastante, dependendo do cenário.
Esse índice varia de acordo com o bem, segundo o planejador financeiro. No caso de um consórcio de veículos, por exemplo, o valor da carta de crédito costuma seguir a valorização de um modelo de referência no mercado. “Isso significa que, se o bem adquirido desvalorizar enquanto o índice usado pelo consórcio sobe, a carta não vai acompanhar o valor real do bem adquirido, e sim o de referência”, explica.
Além disso, quando uma empresa pensa em trocar uma dívida de financiamento, como a de um maquinário por exemplo, por um consórcio, ela precisa antes entender que não se trata de uma substituição direta e imediata.
“O consórcio, diferentemente do financiamento, não entrega o recurso de forma instantânea, ele depende de sorteio ou lance. Então a empresa precisa primeiro entrar no grupo, começar a pagar e aguardar a contemplação, e muitas empresas sugerem o lance embutido que aumenta as chances de ser contemplado, mas aumenta o seu custo já que a correção é feita em cima do valor total contratado e não do saldo que você terá recebido”, avalia.
Nesses casos, um lance de 50% do valor da carta dobra o custo da correção, o que inviabilizaria a maior parte dos consórcios se comparado ao financiamento, na avaliação de Jeff Patzlaff.
Prazo para contemplação não é imediato
Entre entrar no consórcio e de fato ter acesso à carta de crédito, pode-se passar um período considerável, dependendo do grupo, da administradora e do valor dos lances ofertados. Segundo Patzlaff, esse prazo pode variar de alguns meses até anos. E, enquanto o consórcio não sai, o empresário terá que arcar com duas despesas: a prestação do financiamento atual e a do consórcio.
“A depender da administradora e do grupo, uma estratégia de lance bem feita pode ajudar a antecipar a contemplação, mas isso exige recursos extras e uma leitura muito cuidadosa do fluxo de caixa. Com a inadimplência das empresas ainda elevada e o acesso ao crédito mais difícil, essa sobreposição pode comprometer a saúde financeira do negócio”, alerta.
Essa estratégia ainda não é amplamente usada por empresas justamente porque exige um nível de conhecimento e maturidade financeira mais elevado.
“Não basta fazer a conta do valor da parcela do financiamento versus a do consórcio, é preciso considerar o valor do lance, o impacto no fluxo de caixa durante o período de sobreposição e a incerteza de quando, de fato, a carta de crédito será liberada”, explica.
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