Instituto também dá instruções de como pedir estorno dos valores e realizar denúncia
Notícia
Com tarifaço, Brasil pode ser grande destino de produtos chineses, mas precisará de preparo
Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que chineses já queriam novos mercados antes das tarifas de Donald Trump. Indústria nacional precisa de investimentos pois ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade.
01/01/1970 00:00:00
A guerra tarifária entre China e Estados Unidos movimentou intensamente os mercados financeiros nas últimas semanas, mas os efeitos não se limitam aos investimentos. O comércio mundial também deve ser afetado.
As altas tarifas impostas pelos EUA sobre a China "apenas aceleram um processo que já estava em andamento: a busca por novos mercados", explica Vitor Moura, fundador da Lantau Business Answers, consultoria brasileira especializada em intermediação de negócios entre Brasil e China, e especialista da rede Observa China.
Com alta capacidade de produção e preços competitivos, os produtos chineses prometem "inundar" mercados como o Brasil.
Além de ser um tradicional parceiro comercial, os chineses olham para o Brasil com atenção devido às suas dimensões continentais e à grande demanda de uma população de mais de 200 milhões de pessoas.
Mas, para que a questão não se torne um problema para o Brasil, será necessário se preparar e adotar medidas que estimulem a inovação, segundo Jesse Guimarães, vice-presidente da Associação de Empresas Brasileiras na China para Indústria, Comércio e Tecnologia (Bracham).
Entenda abaixo quais as perspectivas a relação Brasil-China em meio ao tarifaço de Trump.
Brasil pode receber mais produtos vindos da China
Vitor Moura, que vive na China há 10 anos e atua na intermediação de negócios entre o Brasil e o país asiático, explica que os empresários chineses demonstravam um desejo crescente de expandir seus negócios para outros países antes das novas tarifas de Trump.
"A economia doméstica da China ainda está em processo de recuperação pós-Covid. Havia uma aposta no consumo interno como força da economia, o que eles chamam de 'estratégia de circulação dupla'", explica Moura.
"Isso ainda está funcionando mais devagar do que o esperado. Por isso, os empresários passaram a olhar mais para fora."
Uma reportagem do g1 mostrou que o consumo total dos lares representa menos de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. As tarifas impostas por Trump podem tornar esse cenário ainda mais desafiador, já que as exportações respondem por boa parte dos empregos na China e, se elas recuam, a renda da população também pode ser afetada.
Assim, o cenário externo se torna cada vez mais importante para o crescimento chinês, e as estratégias de diversificação são levadas em consideração. "O Brasil acaba chamando atenção pelo tamanho", comenta Moura.
O especialista destaca um novo fator nas relações entre os dois países: embora os brasileiros já tenham uma relação consolidada com a China, "o acesso ao comércio no Brasil era mais restrito às grandes empresas, com mais capital para bancar um movimento desse porte".
"Agora, eu estou observando um movimento muito forte de empresas de médio porte buscando alternativas para entrar no mercado brasileiro".
A chegada dessas empresas, que antes não olhavam com tanta atenção para outros mercados além dos EUA, pode ser o principal fator responsável pelo aumento da presença de produtos chineses no Brasil.
Moura explica que o objetivo das companhias de médio porte é trazer produtos finais para o Brasil — itens bem acabados e com maior valor agregado. As companhias que devem se destacar no curto prazo são aquelas com alto grau de tecnologia, algo que não há em larga escala no país.
Um exemplo de uma reunião que tive hoje mesmo: uma empresa de motos elétricas (scooters) que quer entrar no Brasil. Tudo relacionado a novas tecnologias está despertando interesse. Setores como energia renovável, veículos elétricos, inteligência artificial estão em destaque", diz Moura.
Empresários brasileiros precisam se adaptar
Um obstáculo aos planos chineses é a apreensão dos empresários brasileiros. Moura comenta que o ponto central da questão é o modo de produção chinês: investimento pesado em formas de reduzir os custos de fabricação para vender seus produtos a preços baixos.
Essa "estratégia agressiva" impacta o modelo brasileiro, que ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade com os chineses.
"Acho que o Brasil deveria usar isso como uma oportunidade de adaptação e desenvolvimento. Não dá para competir com a China lá em cima. O momento é de buscar parcerias locais e adaptar as tecnologias para a nossa realidade", diz Moura.
O vice-presidente da Bracham, Jesse Guimarães, compartilha o mesmo ponto de vista e destaca que essa é apenas "a ponta do iceberg".
"A China tem uma política pública clara de internacionalização de suas empresas. Antes, eles esperavam os compradores virem às feiras. Hoje, o governo chinês dá incentivos para que as empresas viajem e conquistem mercados no mundo inteiro", pontua.
Guimarães afirma que o governo brasileiro precisa adotar medidas que, mesmo permitindo a produção de empresas estrangeiras no país, garantam que as tecnologias desenvolvidas lá fora também sejam entregues ao Brasil.
O executivo relembra que empresas estrangeiras que operam ou já operaram no Brasil, como as americanas, produzem suas riquezas aqui, mas, além de arcar com salários e outros custos para trabalhar no país, levam todo o lucro para fora.
Para Guimarães, a forma de evitar isso é incluir cláusulas de transferência de tecnologia nos contratos de operação dessas empresas, obrigando-as a deixar pelo menos parte de seu conhecimento em solo brasileiro.
Isso evitaria que o crescimento da presença da China no Brasil esmagasse empresas nacionais e não gerasse nenhum tipo de avanço e riqueza para o país. "O Brasil não pode repetir o erro de aceitar qualquer investimento estrangeiro sem exigir contrapartidas", diz o especialista.
Além disso, Guimarães ressalta que o Brasil precisa buscar outras parcerias comerciais com países neutros — como a Índia — e com países estratégicos para determinados negócios — como o Egito, que oferece boas tecnologias para a produção de fertilizantes, produto importante para um país tão dependente do agronegócio como o Brasil.
Sem essas parcerias, o país pode sofrer com os efeitos colaterais do tarifaço. O aumento das tarifas entre os países deve encarecer os preços de insumos e produtos no mundo todo, gerando e espalhando inflação.
A melhor forma de evitar uma inflação elevada, segundo Guimarães, é com parcerias estratégicas e a autonomia de produção de produtos importantes para o país dentro do próprio Brasil.
Notícias Técnicas
Golpistas sofisticam suas estratégias para tentar dar credibilidade a mensagens falsas e enganar os contribuintes
“A reforma tributária vai muito além do IBS e CBS”. Essas e outras temáticas foram debatidas por grandes nomes do mercado durante o evento Tax is Cool
Grupo de trabalho do CNJ elabora proposta para unificar julgamentos dos novos tributos, visando eficiência e segurança jurídica
A nova regra entra em vigor no dia 1º de maio de 2025, e formaliza um novo Termo de Adesão, que pode ser firmado por órgãos e entidades que não integram o Poder Executivo Federal
O Projeto de Lei Complementar 154/24 permite que ME e EPP que optaram pelo Simples Nacional possam receber recursos de pessoas físicas ou outras empresas, como investidores-anjo
Conselho Federal de Contabilidade exige correção de editais que ignoram obrigatoriedade do registro profissional
O Portal Sped informa que foi publicada a versão 6.0.7 do Programa Gerador de Escrituração – PGE, corretiva da 6.0.6
Estão disponíveis em produção, na Tabela 03 – Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento, as novas naturezas de rubrica cod. 9253 e 9912.
Especialista da Caliandra Saúde Mental, Erica Siu, compartilha orientações práticas sobre como as empresas podem promover o bem-estar diante das novas exigências legais
Notícias Empresariais
Entre os temas está a importância da modernização do sistema financeiro, destacando a evolução do Pix e inovações do sistema de pagamento
Empresas que investem em saúde mental fortalecem o engajamento e reduzem a rotatividade, criando um ambiente mais sustentável para talentos e negócios.
Avaliações foram feitas pela Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos (SMA) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPO)
Nesta quinta-feira, 24, o INSS começa a repassar aos aposentados e pensionistas os pagamentos da primeira parcela de antecipação do 13º salário
Afirmação reduziu os temores de que a independência do banco central americano esteja ameaçada
Comércio exterior é emprego, é renda, é desenvolvimento, é oportunidade. Ao invés de fecharem-se as economias, o Brasil defende multilateralismo e livre mercado
Presidente do BC alerta para risco crescente de incerteza e impacto nas cadeias produtivas com avanço das tarifas entre EUA e China
A expectativa da inflação neste ano caiu de 5,65% para 5,57%, primeira queda após três semanas consecutivas de estabilidade
Presidente destacou legado de amor, tolerância e justiça social do pontífice argentino
Uso da Inteligência Artificial com responsabilidade: proteção de dados e riscos legais no ambiente corporativo.
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade