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Notícia
Governo e instituições divergem sobre grau de aquecimento da economia brasileira
As diferentes estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) potencial brasileiro jogam luz sobre qual seria o patamar necessário de desaceleração econômica para amenizar a atual pressão inflacionária no País
01/01/1970 00:00:00
As diferentes estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) potencial brasileiro jogam luz sobre qual seria o patamar necessário de desaceleração econômica para amenizar a atual pressão inflacionária no País. Um levantamento feito pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com cálculos de PIB potencial da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, do Banco Central, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) mostra um cenário marcado por distintos números e metodologias, o que abre um debate sobre o grau de aquecimento econômico no Brasil.
Na prática, uma economia encontra-se aquecida quando o hiato do produto está positivo, ou seja, o PIB efetivo está acima do potencial, o que indica que ela opera em um nível maior do que sua tendência e está sujeita a pressões inflacionárias. Se houver uma desaceleração da economia forte o suficiente para o PIB crescer menos do que o seu potencial, o hiato se reduz. Como o PIB potencial é uma variável não observável, há diferentes metodologias para estimar esse indicador, com resultados significativamente distintos.
Hoje, independentemente da estimativa, já há indicativo de um cenário de superaquecimento econômico, com PIB acima do seu potencial evidenciado por desemprego baixo e Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) elevado. No entanto, o cálculo sobre o grau de desaceleração necessário para fazer com que o PIB cresça menos do que a sua tendência depende do valor do próprio potencial. Por isso, as diferentes estimativas para esse indicador abrem um debate sobre qual seria o patamar de crescimento necessário para reduzir a pressão sobre a inflação.
A SPE, por exemplo, estima um PIB potencial de 2,4% em 2023 e de 2,3% em 2024, conforme a série histórica obtida pelo Broadcast via Lei de Acesso à Informação (LAI). O Banco Central, por sua vez, tem uma estimativa de 3,1% para 2023 e de 2,4% para 2024 – calculadas com base nos dados de hiato do produto apresentados no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), já que o BC não divulga o valor do PIB potencial.
Em um cenário menos otimista, a FGV/Ibre estima um potencial em 0,65% em 2023 e 0,63% em 2024 – segundo cálculos dos economistas Elisa Andrade e Cláudio Considera divulgados no Blog da instituição. Já a OCDE, conforme relatório publicado em dezembro do ano passado, estima 1,8% em 2023 e 1,9% em 2024.
O crescimento do PIB em 2024 é estimado em torno de 3,5%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, já afirmaram que este patamar está acima do potencial e o País precisa reduzir esse nível de crescimento para algo em torno de 2,5%. Ontem, a SPE revisou a projeção para o PIB de 2025 de 2,5% para 2,3%.
Ao Broadcast, o economista Gabriel Leal de Barros, da ARX Investimentos, afirmou que a estimativa da OCDE está mais compatível com o que ele próprio calcula, que é um PIB potencial entre 1,5% e 1,8%. Neste caso, de forma simplificada, a desaceleração necessária seria de 1,7%, referente ao PIB de 2024 (3,5%) subtraído do potencial de 1,8%.
O economista Marcos Mendes afirma que não há estimativa de crescimento potencial do PIB na faixa de 3%, mas reforça que o País cresce a essa taxa há alguns anos. Em algum momento, segundo ele, esgota-se a capacidade ociosa e começa a pressão sobre preços e sobre a balança comercial, com aumento de importações. “Já estamos vendo isso há aproximadamente um ano. E com a expansão fiscal forte desde 2023, é evidente que ela tem contribuído para essa pressão”, disse.
Mendes avalia ainda que as autoridades têm feito o seu papel de tentar influenciar as expectativas cravando um PIB potencial alto, de 2,5%, e dizendo que basta desacelerar o crescimento para essa faixa que o problema da inflação arrefecerá – o que, segundo ele, está longe de ser garantido.
“Há grande dispersão nas estimativas de quanto o PIB pode crescer sem pressionar preços. E com as expectativas desancoradas e a preocupação generalizada com a trajetória da dívida, provavelmente será necessário dar um freio mais forte na atividade, tanto para reforçar a credibilidade do Banco Central, quanto para reancorar as expectativas”, avaliou.
Apesar da estimativa mais positiva do BC sobre o PIB potencial, de 3,1% em 2023 e de 2,3% em 2024, o economista-chefe da Leme Consultores e ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Ronaldo Souza Júnior, avalia que o hiato do produto está alto, indicando superaquecimento, e que já há um forte aperto monetário.
“Mesmo sob a política de meta de inflação, você não vai fazer uma alta de 5 pontos [na Selic], porque pode gerar uma instabilidade na economia. O objetivo é trazer paulatinamente a inflação para baixo”, disse. Ele reiterou ainda que é necessário um alinhamento com a política fiscal, já que a política monetária não vai “suprir todos os problemas”.
Souza Júnior explicou que o cálculo do PIB potencial depende do modelo econômico utilizado, por isso há diferenças nas estimativas. Algumas abordagens, por exemplo, usam filtros estatísticos, com foco maior na relação entre atividade econômica e inflação. Outras, por outro lado, exploram mais fatores estruturais para medir a capacidade produtiva do País, como mercado de trabalho, o tamanho e a qualidade da mão de obra e o estoque de capital.
No entanto, o economista pondera que o crescimento potencial no Brasil é limitado, dentre outros fatores, pelo baixo nível de investimento. O investimento é o fluxo que aumenta o estoque de capital ou repõe o capital depreciado. “O investimento brasileiro é tão baixo que ele consegue aumentar muito pouco o estoque de capital e, por consequência, o crescimento potencial fica limitado”, afirmou. Embora tenha sido registrado nos primeiros três trimestres do ano passado uma alta nos investimentos, esse patamar ainda é muito reduzido, disse ele.
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