O CFC convida todos os escritórios de contabilidade do País a participarem da Pesquisa Global de Informações sobre Sustentabilidade para Pequenas e Médias Empresas
Notícia
Choque de juros: mercado prevê novo aumento nesta quarta; taxa Selic deve atingir maior nível em quase 20 anos ainda em 2025
Comitê de Política Monetária se reúne na próxima quarta e deve subir juro para 13,25% ao ano. Com inflação pressionada, expectativa é de novas elevações no decorrer deste ano.
01/01/1970 00:00:00
Os economistas do mercado preveem uma forte puxada na taxa básica da economia nos próximos meses para tentar conter a escalada inflacionária, um fenômeno conhecido como "choque de juros" no jargão financeiro.
Atualmente, a taxa Selic está em 12,25% ao ano, após quatro aumentos seguidos. No ranking de juros reais, o Brasil já está na segunda colocação.
A projeção dos analistas é de a taxa avance para 13,25% ao ano já na próxima quarta-feira (29), quando se reúne o Comitê de Política Monetária (Copom), formado pela diretoria e presidente da instituição.
Essa será a primeira reunião sob comando do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Também será a primeira vez que os diretores indicados por Lula serão maioria no Copom, que define a taxa de juros da economia.
"Apesar de ser um nome indicado pelo governo, pelas falas ditas até o momento, parece que teremos uma política monetária [de definição da taxa de juros] muito alinhada com a que era pregada na condução do presidente anterior. Porém, o mercado ainda está de olho em cada decisão tomada e entrevista dada", avaliou Marcello Carvalho, economista da WIT Invest.
E a previsão dos economistas é de que o juro continuará subindo nos próximos meses, atingindo 15% ao ano em junho de 2025.
Se confirmado, será o patamar mais elevado desde meados de 2006, no fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ou seja, em 19 anos.
As previsões têm por base informações do próprio Banco Central, que indicou aumentos seguidos na Selic. Mas o mercado prevê elevações além das sinalizadas pela instituição.
Por que o BC sobe os juros?
A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.
A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
- Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
- Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
- Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o primeiro semestre de 2026.
- Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,08% (com estouro da meta), 4,10%, 3,90% e em 3,58%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
No ano passado, a inflação ficou acima do teto do sistema de metas ao somar 4,83%. Com isso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, teve de escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.
Inflação de 2024 de 4,83% ultrapassa teto da meta do BC
Nos últimos meses, efeitos climáticos, como secas, que impactaram, por alguns meses, os preços dos alimentos e, também, da energia elétrica — levando ao acionamento das bandeiras tarifárias para reduzir o consumo.
Outro fator que influenciou a inflação foi o dólar alto, relacionado com o cenário externo (atuação de Donald Trump no governo) e dúvidas do mercado financeiro sobre as contas públicas, ou seja, sobre a capacidade de o governo brasileiro de conter a alta do endividamento.
Além disso, o forte ritmo da atividade econômica, que tem surpreendido analistas nos últimos anos e levado o desemprego às mínimas históricas, também tem atuado para pressionar para cima a inflação — principalmente no setor de serviços.
O que dizem analistas e o setor produtivo
De acordo com análise feita pela Suno, liderado pelo economista Gustavo Sung, as projeções de inflação do mercado têm sido constantemente revisadas para cima, e o IPCA deve permanecer acima do limite superior da meta de inflação (de 4,5%).
"Além disso, as expectativas de inflação continuam ampliando a desancoragem [em relação às metas], a atividade econômica e o mercado de trabalho demonstram resiliência, e o risco fiscal [alta de gastos públicos] permanece elevado", avaliou a Suno, que projeta juros em 15,25% ao ano no fim de 2024.
Com a Selic atingindo níveis que não eram vistos há 20 anos, segundo o sócio-diretor da MAG Investimentos, Claudio Pires, a expectativa é de que a atividade econômica desacelere, com impactos também no mercado de trabalho.
Para a equipe do C6 Bank, conduzida por Felipe Salles, os dados sinalizam que houve uma leve piora no cenário para a inflação desde dezembro do ano passado, com aumento na estimativa de inflação, para o dólar e para a taxa de juros.
"Isso porque a alta nas expectativas para a Selic ao final deste e do próximo ano foram insuficientes para conter uma nova rodada de deterioração das expectativas de inflação", avaliou o C6 Bank.
Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), afirmou que a entidade reconhece a importância do controle da inflação para a estabilidade econômica, mas avalia que uma nova alta da Selic, em um momento em que os juros já se encontram em patamares elevados, pode trazer mais prejuízos do que benefícios.
"No caso de elevação da Selic para 15% ao ano [prevista para junho], o maior nível em quase 20 anos, haveria consequências graves para o setor produtivo e para a economia como um todo. O custo do crédito já é proibitivo para muitas empresas, especialmente as pequenas e médias, que dependem de financiamentos para manter suas operações, investir em inovação e expandir seus negócios. Isso se traduz em uma perda acentuada de dinamismo e competitividade, dificultando ainda mais a retomada de um crescimento sustentável", acrescentou Roscoe, da Fiemg.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricarbo Alban, os juros altos custam muito caro ao Brasil, pois os empresários que precisam investir na compra de máquinas e equipamentos, ou mesmo contratar capital de giro par fazer frente às necessidades financeiras do dia a dia, sentem os seus efeitos.
"O custo do crédito fica ainda mais caro com a subida da Selic, sendo um impeditivo para a execução de diversos projetos. Por isso defendemos um pacto nacional. Isso significa criar um consenso em torno de metas fiscais e de políticas econômicas estruturantes, garantindo que, enquanto se busca o equilíbrio das contas públicas, haja também estímulos seletivos que assegurem a continuidade dos investimentos", declarou Alban, da CNI.
Em sua visão, o choque na taxa de juros não é necessário, pois o nível atual já é suficiente para o controle da inflação. "A taxa de juros real do Brasil está em 6,8% ao ano. Isso significa que está 1,8% acima da taxa de juros neutra estimada pelo Banco Central, e aponta para uma política monetária bastante contracionista. Aliás, ela está no campo contracionista há 36 meses", avaliou.
Notícias Técnicas
Escritórios adotam marketing digital e novas tecnologias para ampliar carteira e se manter competitivos no mercado contábil atual
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou projeto que desobriga pequenos produtores rurais não inscritos no CNPJ
A Reforma Tributária, instituída pela Emenda Constitucional nº 132/2023, é considerada a mais profunda reestruturação do sistema tributário brasileiro nas últimas décadas
Pagamento de R$ 6 bilhões beneficia cerca de 774 mil trabalhadores demitidos que aderiram ao saque-aniversário; valores médios são de R$ 7,7 mil e serão creditados entre os dias 17 e 20 de junho
Nota Técnica 2025/002 detalha ajustes nas NF-e e NFC-e para MEI e Simples Nacional, com efeitos a partir de 2026 e obrigatoriedade em 2027
Para compensar o recuo, também foi publicada a Medida Provisória que aumenta outros impostos
As regras de pagamento continuam as mesmas: quem trabalhar no feriado deve receber o valor em dobro ou compensar com folga em outro dia
Na próxima segunda-feira, 16, a Caixa Econômica Federal faz o pagamento do Pis, ou Abono Salarial, calendário 2025, referente ao ano-base 2023
De março para abril deste ano, a produção industrial caiu em nove dos 15 locais estudados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Notícias Empresariais
A iniciativa do Governo Federal ofereceu descontos entre 20% e 95% e garantiu a a reinserção de microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte no mercado de crédito
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta quinta-feira, 12, em seu perfil no X, que o colégio de líderes da Casa decidiu pautar um requerimento
O setor produtivo recebe novamente com preocupação mais uma tentativa do governo federal de aumentar impostos com objetivos arrecadatórios
"Ninguém vai querer usar uma ferramenta que está presa em 50% de precisão", diz Paul Romer
Segmentos mais impactados pela data esperam movimento 21,7% maior do que o do ano passado, segundo a Fecomércio-DF. Muitos consumidores seguem em busca do presente perfeito para celebrar o amor
Miley Cyrus e outros famosos revelam como tentavam esconder gastos indevidos de seus contadores. Entenda as estratégias usadas e as consequências de tais ações
Setor financeiro e segmentos beneficiados por iniciativas governamentais estão no topo da lista.
Moeda americana registrou queda de 0,57% em relação ao real, cotada a R$ 5,53. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 0,51%
Para Fernando Siqueira, vice-presidente da AEPET, se o projeto prosperar será um dos mais duros ataques à Soberania Nacional e à Petrobrás
Pesquisa da Rico aponta que pensar as finanças em casal pode trazer benefícios
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade