Versão 11.3.3 do Programa da ECF é válida para o ano-calendário 2024 e situações especiais de 2025, e para os anos anteriores
Notícia
Reforma tributária: Brasil discute simplificação de impostos há quase três décadas
Desde a redemocratização, Congresso já se debruçou sobre ao menos quatro grandes projetos que previam a unificação de tributos e a criação do IVA
01/01/1970 00:00:00
Prevista para ser votada na segunda semana de julho, a atual reforma tributária é o quarto grande projeto para unificar tributos desde o fim da década de 1980.
O atual modelo brasileiro de tributação foi instituído na década de 1960 e sofreu algumas alterações na Constituição de 1988.
Ao longo dos anos, a tributação sobre consumo se tornou disfuncional, complexa e ineficiente, o que tornou o sistema desequilibrado e injusto.
O Banco Mundial estima que as empresas gastam até 1,5 mil horas por ano para pagar impostos no Brasil.
São quase 63 dias usados para o preparo, a declaração e o pagamento de tributos. Com isso, somos um dos países em que mais se gasta tempo para pagar o fisco.
Com esse cenário, as discussões de uma reforma tributária sempre estiveram no radar nas últimas quatro décadas. Desde a redemocratização, ao menos três grandes Projetos de Emenda à Constituição (PECs) foram discutidos no Congresso, mas nenhum deles foi para frente.
Em comum, todos eles tinham como objetivo simplificar o sistema tributário com a criação de um Imposto de Valor Agregado (IVA) e a extinção de tributos, variando na forma de compensação dos estados e nas regras de transição.
A seguir os projetos que tramitaram no Congresso e as razões de eles não terem prosperado.
PEC 175-A — Governo FHC — 1995
O projeto previa a extinção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a criação de uma alíquota federal sobre a base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com a criação de um IVA-dual, onde parte pertenceria à União e parte aos estados, com cobrança na origem.
Após anos de debates, em novembro de 1999, o parecer do relator foi aprovado na Comissão. Porém, naquele momento, o governo de Fernando Henrique Cardoso criticava fortemente o projeto aprovado na Comissão e a tramitação não andou.
Em agosto de 2003, o projeto foi retirado de pauta, por pedido feito pela Presidência da República.
PEC 41/03 — Governo Lula 1 — 2003
Esse projeto contemplava a federalização do ICMS, a transformação da contribuição previdenciária sobre a folha de salários em contribuição sobre o faturamento e previa a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF).
O texto também transferia o Imposto Territorial Rural (ITR) para os estados, instituía a progressividade no Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) e no Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e transformava a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), criada durante o governo FHC com caráter temporário, em permanente.
Depois dos debates, houve a aprovação das Emendas Constitucionais 42 e 44, que somente tratavam sobre os pontos de consenso, como a prorrogação da CPMF. Os demais pontos nunca avançaram.
PEC 233/08 — Governo Lula 2 — 2008
De iniciativa do Poder Executivo, o projeto previa a criação do IVA Federal, unificando PIS, COFINS, CIDE Combustíveis e Salário-Educação; unificava a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas IRPJ, e nacionalizava o ICMS.
O relatório foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em agosto de 2007, mas jamais foi submetido ao Plenário da Câmara.
O que diz a reforma tributária em tramitação?
A PEC que está em discussão agora, sob relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), é o quarto projeto apresentado desde 1988 e, ao que tudo indica, deve ser aprovado.
O texto, que é um substitutivo às PECs 45 e 110, define a substituição de todos os tributos sobre o consumo por um imposto sobre o valor agregado, pago pelo consumidor final.
Além disso, a base para cobrança dos impostos mudará do estado de origem do produto, como é atualmente, para o de origem.
Com isso, os cinco tributos atuais sobre o consumo — IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS — são substituídos por dois tributos sobre consumo: Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de âmbito estadual; e a Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS), nacional.
O projeto inclui também um Imposto Seletivo (IS) que incidirá sobre produtos que causam danos à saúde, como o álcool e o tabaco.
Especialistas estimam que este novo tributo unificado deve ser de 25%, mas a alíquota não está definida e será regulamentada após estudos da Receita Federal.
A cifra deverá ser suficiente para manter a arrecadação com proporção do PIB atual.
Alguns serviços terão uma alíquota menor. A matéria define que a alíquota será de 50% da cifra padrão do IVA para setores como educação, saúde, medicamentos, transporte público e produtos agropecuários.
Ainda existe a isenção total para medicamentos e serviços de educação do Programa Universidade para Todos (Prouni).
Por que essa reforma deve passar?
Maria Andreia, sócia da área de contencioso tributário do Machado Associados, avalia que o projeto atual é fruto das discussões que se iniciaram em 1995 e foram avançando a passos lentos, ao longo dos anos.
“Desde o primeiro projeto, em 1995, todas as discussões giram em torno dos mesmos assuntos, da unificação e simplificação das regras tributárias. O que se alterou, basicamente, foram os nomes dos novos impostos e essa questão da mudança da tributação da origem para o destino. Cada PEC que foi apresentada trouxe um pouco da passada”, afirma Maria Andreia.
Para a advogada, a PEC que está em tramitação se difere das anteriores pelo nível de detalhamento, pela profundidade dos debates e pela vontade política e econômica atual, que é muito favorável para a aprovação.
“Estamos há quase 30 anos discutindo essa reforma, mas só agora estamos chegando perto de aprovar uma proposta que aproxima o Brasil dos modelos tributários que os países desenvolvidos adotaram nos anos 1950. Esta PEC é a que esteve mais em debate com a sociedade, e agora temos uma visão muito mais ampla do que se quer fazer dentro dessa reforma”, completa.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que é possível ter um texto “mínimo consensuado” para a reforma tributária até o dia 7 de julho, antes do recesso parlamentar.
Para começar a valer, o texto ainda precisaria passar pelo Senado e, depois, pela sanção presidencial.
Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães diz que a reforma tributária está embutida num pacote de mudanças econômicas propostas pelo governo, que incluem o novo marco fiscal e as mudanças nas regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
“Desde que eu me entendo na política se fala disso e ninguém enfrentava. Só que agora, o ambiente político e econômico do país ajuda a construir um caminho possível de votação. Assim que aprovarmos, o país decola!”, afirmou.
Para Guimarães, o projeto vai ser aprovado porque foi discutido em todos os âmbitos e existe a vontade dos parlamentares e do presidente da República.
“Acho que nós temos que votar de qualquer jeito. Divergências pontuais não podem interditar discussões que envolvem todo o país. É hora do tudo ou nada, o caminho está pavimentado. O governo fará todo esforço possível e todo mundo está dando uma parcela de contribuição”, concluiu.
Notícias Técnicas
Novos CSTs, registros EFD e exemplos práticos para operações com GLP/GLGN
Receita Federal detalha eventos e obrigações acessórias para o IBS e CBS
Nova regra da reforma tributária obriga emissão de NF com finalidade 6 em faturamento antecipado, com recolhimento imediato de IBS e CBS
A Receita Federal disponibilizou, neste mês, a Calculadora de Tributos, uma ferramenta digital que permite simular os impactos da Reforma Tributária sobre o consumo
Veja como transformar desafios em oportunidades com a Contabilidade
O PL 409/25 propõe ITCMD progressivo com alíquotas de até 4%, reduz carga efetiva e busca ampliar arrecadação com justiça fiscal e incentivo à conformidade
Eleição está agendada para esta sexta-feira, 01 de agosto, mesmo com o impasse existente com os municípios. Objetivo é destravar os recursos da União estimados em algo em torno de R$ 250 milhões
Decisão do DREI sobre quórum em sociedades limitadas reacende debate entre norma legal e autonomia contratual, gerando insegurança jurídica e controvérsia
A Câmara dos Deputados está discutindo o assunto
Notícias Empresariais
A verdadeira produtividade vem de equipes que se sentem seguras para pensar, experimentar, falhar e tentar de novo
Mais do que um ambiente descontraído, a felicidade corporativa se consolida como um pilar estratégico para engajamento, produtividade e retenção de talentos
RHs devem se preparar para novo ciclo de contratações e valorização do capital humano, com foco em inclusão, formalização e desenvolvimento de talentos
Empresas que querem se manter relevantes, precisam ter visão de futuro a longo prazo e estarem abertas à inovação. Nesse contexto, receber bem a Geração Z no mercado de trabalho é mais que preencher uma vaga
Prazo final se aproxima e especialista alerta: entregar a RAIS corretamente é essencial para evitar multas, garantir benefícios trabalhistas e manter a conformidade com o eSocial
O crescimento de uma empresa demanda não apenas boas ideias, mas também uma visão organizacional apurada, estrutura e principalmente dinheiro
Mesmo sem feriado nacional, várias capitais terão datas de folga em agosto. Entenda os impactos para empresas e trabalhadores
Dúvidas sobre benefícios fiscais, uso de créditos de PIS e Cofins e tributação de medicamentos levam contribuintes a buscar esclarecimentos junto à AGU
Gratuito, guia busca simplificar a adoção de medidas de segurança
E-book gratuito detalha linhas de financiamento sustentável em parceria com grandes instituições financeiras para impulsionar projetos com impacto ambiental e social positivo
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional
O Brasil se tornou pioneiro a partir da publicação desses normativos, colaborando para as ações voltadas para o combate ao aquecimento global e o desenvolvimento sustentável
Este artigo analisa os procedimentos contábeis nas operadoras de saúde brasileiras, destacando os desafios da conformidade com a regulação nacional e os esforços de adequação às normas internacionais de contabilidade (IFRS)
Essas recomendações visam incorporar pontos essenciais defendidos pela classe contábil, os quais poderão compor o projeto final previsto para votação no plenário da Câmara dos Deputados
Pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam uma série de desafios que vão desde a gestão financeira até o cumprimento de obrigações fiscais e planejamento de crescimento
Este artigo explora técnicas práticas e estratégicas, ajudando a consolidar sua posição no mercado competitivo de contabilidade