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Notícia
Brasileiros querem mais home office do que empresas querem dar
Mas, também em média, seus empregadores pretendem adotar apenas 0,8 dia de home office.
01/01/1970 00:00:00
O estudo Working from Home Around the World (Trabalhando em casa ao redor do mundo), feito por seis pesquisadores, mostrou que os brasileiros gostariam, em média, de trabalhar 2,3 dias em casa na reabertura após a pandemia de Covid-19. Mas, também em média, seus empregadores pretendem adotar apenas 0,8 dia de home office.
O Brasil (ao lado do Egito) é o país em que a distância é maior entre o que os trabalhadores desejam e o que as empresas estão dispostas a ofertar em dias fora do escritório.
Em média, as pessoas estão trabalhando hoje 1,5 dia em casa (sendo 1,7 no Brasil). Os países asiáticos concentram os maiores e menores indicadores: na Índia, esse patamar chega a 2,6 dias e é mais baixo na Coreia do Sul (0,5 dia).
À Folha, o professor do Departamento de Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, Nicholas Bloom, que fez parte do estudo, afirma que os estudos mostram que em diferentes países esses funcionários trabalham de forma mais produtiva em casa, são mais felizes e têm menos vontade de deixar a empresa.
"Empregadores estão adotando o home office não por serem obrigados, mas por isso gerar lucro. O melhor impulsionador do trabalho remoto é o fato de melhorar os resultados financeiros da empresa."
Ele diz que as companhias nos Estados Unidos e na Europa tendem a ser mais abertas ao trabalho em casa. "Na América do Sul, ainda estão um pouco atrás. Um fator é a cultura, outro é a estrutura de moradia —é preciso ter espaço físico, principalmente para um casal poder trabalhar em casa."
Bloom avalia que as empresas ainda esbarram na baixa capacidade de gestão para o trabalho em casa, que demanda boas ferramentas de avaliação de desempenho.
"Como você não pode estar com o funcionário, é preciso revisar processos para garantir que eles estejam realmente trabalhando."
Isso explicaria os maior número de trabalhadores híbridos (que passam dias em casa e no escritório) e remotos no Brasil estar concentrado nas empresas de grande porte, principalmente as multinacionais, pois elas geralmente têm os melhores sistemas de gestão de desempenho.
"As empresas menores, tipicamente de gestão familiar, tendem a ser mais informais e dependem da gestão direta, o que é difícil de fazer remotamente", diz o pesquisador.
Na avaliação do pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) Fernando Veloso, a divergência entre a vontade de empresas e trabalhadores ocorre porque nem sempre os benefícios que o funcionário percebe ao ficar em casa são valorizados pelas empresas.
"Os trabalhadores em geral declaram ter tido um aumento de produtividade em trabalhar em casa superior ao aumento percebido pelos empregadores, que em grande medida está relacionado ao tempo economizado no deslocamento para o trabalho."
A pesquisa com os 27 países espelha médias amostrais, com grupos de trabalhadores de tempo integral, com um nível de formação relativamente bom e que têm facilidade de acesso a smartphones, computadores e similares para responder a uma pesquisa online.
Foram feitas duas rodadas de pesquisa, na metade de 2021 e no início de 2022, com trabalhadores de 18 setores da indústria de idades de 20 a 59 anos.
Trabalhador trocaria parte do salário por mais dias em casa
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o percentual do salário que os trabalhadores estariam dispostos a trocar por dois ou três dias trabalhando fora da empresa.
Na média, eles estariam dispostos a perder 5% de seu salário habitual pela possibilidade de ter dois ou três dias de home office —entre os entrevistados brasileiros, esse percentual é de 7,4%.
Bloom argumenta que isso deixa claro como trabalhar em casa, além de ser vantajoso para os funcionários, oferece uma enorme oportunidade de restruturação para as empresas.
Veloso ressalta que essa é uma média, mas quanto se estaria disposto a perder pela chance de trabalhar de casa é um número que deve variar bastante entre os trabalhadores.
"Provavelmente quem aceita disposto a ter uma redução de salário não teve perda significativa de renda real durante a pandemia."
Apesar de as novas modalidades de trabalho terem ficado mais comuns com a crise sanitária, os estudos sobre trabalho remoto e híbrido no Brasil e em outros países mostram que essa é uma realidade para uma minoria de trabalhadores de escolaridade maior.
"Ter ensino superior completo aumenta muito a probabilidade de o trabalhador poder fazer home office. A razão é que trabalhadores com maior escolaridade em geral têm ocupações mais intensivas em tecnologia ou que se adaptam melhor a esse modelo, como profissionais liberais e de tecnologia da informação", diz Veloso.
Um levantamento da Catho apontou que as vagas de home office cresceram 496% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2021. Esse aumento se deu, sobretudo, nos anúncios em busca de programadores, consultores comerciais e analistas de testes.
Recentemente, uma reportagem da Folha também mostrou que, mesmo com a reabertura da economia com o avanço da vacinação, as maiores empregadoras do país mantinham parte de suas equipes em trabalho híbrido e não tinham planos de suspender a modalidade reforçada com a pandemia.
Medo de perder talentos deve fortalecer home office
Na avaliação de Bloom, a concorrência deve forçar a empresa a adotar mais o trabalho em casa. "Se você estiver em disputa com outras empresas, qualquer coisa que o torne mais produtivo e mantenha os funcionários felizes será adotada."
Por outro lado, ele diz acreditar que as forças do mercado levarão as empresas brasileiras a adotar o trabalho em casa para aumentar os lucros e crescer.
"Vimos isso nos EUA, onde o trabalho em casa agora é amplamente adotado como prática para melhorar o desempenho do funcionário."
Ele ressalta que a adoção do trabalho híbrido não é algo que precise ser pressionado pelos governos, pois as empresas tendem cada vez mais a permitir que os funcionários trabalhem em casa um, dois ou até três dias por semana como forma de aumentar as vendas e economizar custos.
Para o especialista em direito do trabalho Ricardo Calcini, com a nova legislação trabalhista do teletrabalho no Brasil, a empresa pode obrigar o funcionário a retornar ao sistema presencial, bastando que essa comunicação seja feita com no mínimo 15 dias de antecedência.
"Caso fique estabelecida uma jornada híbrida, isso deve ser registrado em contrato, porque a lógica da legislação do teletrabalho ou trabalho à distância é que essa sistematização do regime híbrido seja definida em termo aditivo contratual."
Fonte: com informações da Folha de S.Paulo
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