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Notícia
Dicas para driblar a inflação e os juros em alta
Identificar quanto entra e sai do caixa da empresa, avaliar a troca de fornecedores e cuidar do emocional podem ajudar os empresários a enfrentar o baque econômico, dizem especialistas
01/01/1970 00:00:00
Há quase 30 anos no mercado Pet, Ana Luiza de Mello Viola diz que a dobradinha inflação e juros, em alta, está tornando “absurdamente difícil” manter a sua loja em Santo Amaro, zona sul da capital paulista.
Nos últimos dois anos, os preços de rações subiram até 50% e, de medicamentos, 20%. Faltam vacinas e produtos para animais. As vendas da loja caíram entre 30% e 40% neste ano.
Recorrer a bancos foi uma opção para Ana Luiza honrar compromissos com fornecedores e impostos num momento em que clientes mensalistas começam a atrasar os pagamentos.
A dona da Pequenos Grandes Amigos não passa aperto sozinha. Passado o período mais crítico da pandemia do novo coronavírus, agora é a vez de os lojistas driblarem a inflação e os juros.
Como vender os mesmos produtos com aumentos de preços quase semanais e repassar os custos diante da tamanha queda do poder aquisitivo do consumidor?
O Diário do Comércio recorreu a especialistas do Sebrae SP e de consultoria financeira para ajudar os lojistas com as suas finanças neste momento crítico da economia brasileira.
Veja algumas das dicas.
Para quem está sob a pressão de custos, o primeiro passo é organizar as finanças, isto é, identificar quanto entra e sai de dinheiro da companhia no mês, simples assim.
Com esses dados identificados, o passo seguinte é analisá-los, de acordo com Cibele Pestillo, consultora de finanças do escritório regional de Araçatuba do Sebrae SP.
“Quanto a empresa gasta com toda a sua infraestrutura, salários e encargos, taxas para uso de cartões de crédito, logística de entrega?”, diz.
Neste momento, afirma ela, o lojista precisa também prestar muita atenção nos contratos para entregas de produtos daqui a meses, como acontece no mundo da moda.
Geralmente, o empresário faz o pedido para os fornecedores mediante os preços já apresentados, sabendo que o seu público pode pagar com a margem que ele coloca.
E se os preços dos fornecedores sobem no meio do caminho em razão da inflação, o comerciante vai ter condição de vender a peça mais cara e ainda obter lucro?
“Tudo isso tem de ser muito combinado, até porque, para continuar atrativo, o lojista não consegue repassar todos os aumentos de custos para os preços dos produtos.”
Neste período, diz ela, o lojista precisa considerar a troca de fornecedores e ter um controle maior das despesas fixas, como aluguel, salários, água, energia, telefone e internet.
Toda a economia com cada um desses itens pode fazer a diferença no resultado no fim do mês.
Um ponto que o empreendedor evita discutir, diz ela, é o que trata do pro-labore, isto é, a retirada de dinheiro da empresa que ele faz todo o mês.
“Já vi caso de empresa que faturava R$ 20 mil por mês e o dono retirava R$ 10 mil. Num caso como este, a companhia fica com a capacidade financeira comprometida, não sobrevive.”
De acordo com Cibele, as despesas fixas de uma empresa não podem ultrapassar 45% da receita e com os fornecedores, 40%.
“Dos 15% restantes, o empreendedor tem de pagar impostos, frete, empresa de cartões, aluguel de maquininhas e ainda ter lucro.”
CAPACITAÇÃO
O pedido de ajuda dos empresários para tocar a empresa na crise levou o Sebrae-SP a formar um grupo de 50 empresas de moda da região de Araçatuba para dar um curso de capacitação.
Os empresários já participaram de quatro encontros e o último abordou justamente o tema que eles mais discutem neste momento, que é como lidar bem com as finanças.
“Não existe uma fórmula pronta. O que tem de ter é o controle financeiro da empresa. Quanto maior a inflação, maior tem de ser o controle”, diz.
Quando não há organização financeira, de acordo com ela, a primeira atitude do empreendedor é recorrer a bancos, elevando o endividamento, uma opção não desejável.
Diminuir a retirada dos sócios, muitas vezes, de acordo com Cibele, consegue resolver até 90% do problema financeiro da empresa.
SEM PÂNICO
Cuidar bem das emoções num momento como este é fundamental para quem é dono de empresa, na avaliação de Boanerges Ramos Freire, especialista em serviços financeiros.
“O empresário existe para atender a necessidades de pessoas, gerar renda para si e para outros, tem um papel muito importante na sociedade, mesmo sendo pequeno.”
Neste momento, diz ele, o empreendedor não pode deixar se levar pelas notícias negativas, entrar em pânico. “Se deixar, ele trava, não enxerga a situação com clareza.”
Se informar é bom, diz ele, e procurar sempre ouvir notícias e outros empresários do seu setor, que podem interpretar a mesma realidade de maneira diferente.
“Mexer na inflação e nos juros, o empresário não pode, mas tem muito o que ele pode fazer, como olhar para a gestão financeira da sua empresa”, diz Ramos Freire
Assim como a dona de casa que, nos últimos tempos, passou a pesquisar preço muito mais, o empresário deve fazer o mesmo em relação a seus fornecedores.
“Preço, qualidade e prazo são importantes. E prazo passou a ser mais importante com os juros do jeito que estão. É essencial o empresário não pagar antes de receber. Senão, se enforca.”
Para Ramos Freire, às vezes, é melhor vender menos do que vender com prejuízo. “É preciso ver o resultado que dá a venda de cada produto, não colocar tudo num bolsão.”
Questões básicas de gestão financeira, diz ele, são indispensáveis num momento como este.
“Quanto melhor a gestão, melhor as chances de atravessar este período difícil da economia brasileira, que deve ser longo.”
Para Ramos Freire, o cenário econômico do Brasil deve persistir por mais uns dois anos.
Não é o momento, portanto, de fazer investimentos, arriscar em novos negócios. “É hora de manter o básico e se preparar para uma longa travessia nos negócios.”
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