Nota Técnica 1.70 altera prazos, cria exceções e adiciona campos obrigatórios que impactam empresas e profissionais da contabilidade
Notícia
A depressão que incapacita
Aumenta o número de afastamentos de empregados em função da doença psiquiátrica
01/01/1970 00:00:00
Belo Horizonte — A depressão é a segunda maior causa de invalidez no mundo, atrás apenas das dores nas costas. No Brasil, segundo dados da Previdência Social, depressão e ansiedade afastaram, em 2013, 105 mil pessoas dos postos produtivos, 10 mil a mais que em 2012. Essa realidade tem mudado o foco das medidas de prevenção e os cuidados adotados pelas empresas. Mais do que as condições das estações de trabalho, as atenções precisam se voltar para os aspectos mental e psicossocial que colaboram para o adoecimento dos funcionários.
Segundo o médico do trabalho Hudson de Araújo Couto, vice-presidente da Associação Mineira de Medicina do Trabalho (Amimt), durante a vida produtiva, mais de 80% das pessoas serão acometidas por dores fortes nas costas em função das condições de trabalho inadequadas. Os distúrbios osteomusculares, como artrites e artroses, relacionados à profissão correspondem a 65% das aposentadorias prematuras. Os afastamentos psicoemotivos, como a depressão oriunda de excessivas cargas de trabalho, somam 5% dos afastamentos e estão crescendo.
Para o especialista, a ergonomia é a principal ferramenta de prevenção dos adoecimentos e dos acidentes de trabalho, mas há a necessidade de valorizar, além das questões físicas, a realidade da carga e saúde mentais, como memória, foco, simultaneidade, vigília, fadiga e qualidade de vida. Isso porque a ergonomia vai muito além da aquisição de cadeiras e móveis adequados.
Trata-se de um conjunto de conceitos e tecnologias para o ajuste mútuo do ser humano e do ambiente em que ela atua de forma confortável, produtiva e segura. A ergonomia se volta, portanto, para o aspecto físico, mental e psicossocial, sendo esses dois últimos os que mais demandam atenção nas atuais relações de trabalho.
De acordo com Frederico Gasperin, médico do trabalho da Contrei – Gestão em Segurança e Saúde Ocupacional, a depressão é uma doença que requer tratamento, pois prejudica o cotidiano do paciente e interfere, ativamente, na vida social e profissional dele. “Uma pessoa depressiva tem a capacidade laboral prejudicada e a produtividade reduzida, sobrecarregando o resto da equipe. O trabalhador fica mais suscetível a sofrer e a causar acidentes, sendo que, em alguns casos, o problema pode ganhar dimensão de epidemia e a situação tende a piorar”, alerta.
O bem-estar físico e mental tem ganhado importância nos últimos anos. Isso está relacionado à ampliação do antigo conceito de saúde: antes tratada como ausência de doença. Um novo olhar nasce exatamente nos escritórios, onde o estado mental e psicológico dos profissionais passa a afetar a produtividade e a média de dias trabalhados.
Preconceitos
Um dos problemas é o preconceito. A depressão, a ansiedade e o estresse não têm uma lesão à vista, algo palpável, visível. Isso deixa não só o diagnóstico mais difícil, mas também a crença na existência do problema. “Muitas vezes, essas doenças são vistas como uma fraqueza de caráter, até uma frescura. Isso dificulta ainda mais o paciente a procurar tratamento. Ele tem medo de ser rejeitado e de as pessoas de seu convívio não saberem lidar com a situação”, acredita Gasperin.
Até 2007, a depressão só era considerada doença ocupacional quando estava exposta a fatores químicos. Ou seja, a doença existia e estava relacionada a riscos no trabalho, mas, para ser considerada uma doença ocupacional, precisava estar atrelada a esses fatores. Só com a mudança da regra, o problema foi percebido como uma enfermidade de alta prevalência. “Hoje, a cada 6 mil afastados por depressão, mais ou menos 400 têm a doença relacionada ao trabalho”, estima Gasperin.
Outro obstáculo está ligado à falta de investimento. Como a depressão é uma realidade mais recente nas organizações, se comparada a outras doenças do trabalho, só agora elas começam a se adaptar para diminuir a incidência do problema. Daí a importância da ergonomia, que prevê um ambiente saudável, com condições de higiene, controle de temperatura e ruído, além da flexibilização das relações profissionais. O tipo de gestão e de perfil da liderança também tem forte relação com o problema.
Cuide-se
» Evite situações de tensão. Os exercícios ou os cuidados com o cérebro estão relacionados principalmente à redução do nível excessivo de estresse
» Trace uma espécie de plano de voo de tal forma que a relação entre exigências psíquicas e a sua estrutura psicológica se mantenha equilibrada
» Diante de situações de tensão ou de estresse, utilize o princípio do controle cognitivo: procure conhecer bem o problema para adquirir controle sobre ele
» Procure identificar as situações causadoras de sobrecarga. Os principais sinais são dores nos músculos do pescoço e dos ombros, esquecimentos repentinos, respiração profunda e suspirosa, fadiga à tarde, perda do humor, nervosismo e irritabilidade
» Renegocie prazos, prioridades e recursos necessários para a obtenção de resultados na existência desses sinais
» Procure conhecer e respeitar os seus limites (técnicos, físicos, psicológicos, de tempo e financeiros), evitando assumir compromissos bem acima deles — um pouco acima é fator de desenvolvimento, muito acima é causa de estresse e adoecimento
» Controle o seu senso de ampla responsabilidade sobre tudo. Deixe com as outras pessoas as responsabilidades que lhes são próprias
» Aprenda técnicas de administração de tempo
» Aprenda a distinguir o que são contratempos, questões, problemas sérios e tragédias. Para muitas pessoas, simples contratempos são tratados como algo muito mais grave
» Pratique alguma técnica para diminuir a tensão física e mental sempre que perceber sinais de sobrecarga
» Mantenha atividade física regular
» Cumpra o descanso semanal e goze férias regularmente
Tipos de profissionais
Menos resistentes à pressão
» Personalidade tensa
» Insegurança
» Perfil psicológico emotivo
» Alto nível intelectual
» Expectativa diferente entre o que podem fazer e as possibilidades oferecidas pelo trabalho
» Desequilibrados financeiramente
» Sem suporte social
» Desajustados socialmente
» Responsabilidade bem acima dos limites
» Uso de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos, álcool ou outras drogas ilícitas
Mais resistentes à pressão
» Personalidade calma, seguros de si e pouco emotivos
» Forte ética de trabalho
» Expectativa profissional relativamente equilibrada com o que o trabalho pode lhe oferecer
» Responsabilidades dentro de seus limites
» Bom equilíbrio financeiro
» Praticantes de atividade física
» Bom suporte social
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